quarta-feira, 23 de julho de 2008

Inbev adquire Anheuser-Busch, ícone da cerveja norte-americana


Inbev adquire Anheuser-Busch, ícone da cerveja norte-americana

A decisão de vender a Anheuser-Busch acabou com a independência de mais de 150 anos da empresa, cuja administração já está na sexta geração. A transação foi realizada de forma amigável, em que pese as batalhas já travadas anteriormente pelas duas empresas. O montante envolvido no acordo superou a oferta inicial da Inbev à AB, atingindo US$52 bilhões, US$ 70 por ação. Este valor será financiado por bancos múltiplos com vencimento em cinco anos.

Com as especulações acerca da participação da Ambev, controlada pela Inbev, na operação, as ações da empresa brasileira despencaram no mercado. Os investidores temiam a utilização da Ambev para a captação de recursos. A notícia de que isso não ocorreria fez suas ações subirem novamente.

A Anheuser-Busch é, atualmente, a maior cervejaria dos Estados Unidos, detendo cerca de 50% do mercado norte-americano. Com a aquisição da AB, a belgo-brasileira Inbev torna-se a maior fabricante de cervejas mundial, com faturamento projetado de US$ 36 bilhões no ano, representando uma das marcas mais vendidas nos EUA, como a Budweiser e Bud Light, deixando para trás a até então líder no mercado SABMiller (Reino Unido). A nova empresa, Anheuser-Busch Inbev, terá em seu conselho dois membros da AB. Além de ter se tornado a maior cervejaria mundial, a Inbev agora está entre as cinco maiores companhias do mundo de produtos ao consumidor.

Para Carlos Brito, presidente da Inbev, a Ambev poderá ser utilizada no processo de distribuição da Budweiser no Brasil, o que, de acordo com ele, não deve modificar significamente os hábitos de consumo do brasileiro, já que a Bud é caracterizada por ser uma marca diferenciada, com maior valor agregado, assim como a Stella Artois.



A transação irá gerar uma profunda alteração no mercado mundial, o que levará as outras fabricantes de cervejas a criarem vantagens competitivas. A empresa mexicana Femsa é um exemplo disso. Da noite para o dia ela observou seu principal concorrente nos EUA mais que dobrar de tamanho. Além do mais, a AB tem participação de 50% em outra empresa mexicana, o que também gerará modificações neste mercado, com implicações das mais diversas possíveis.

A transação ainda aguarda uma avaliação das entidades antitruste, mas analistas da área acham improvável que elas se oponham ao acordo em virtude da pequena sobreposição de empresas.

A administração da Inbev informou que não fechará nenhuma das 12 fábricas nos Estados Unidos, já que elas estão adequadas ao fornecimento do mercado norte-americano. Mas informou que os programas de demissão e aposentadoria voluntárias da empresa serão mantidos, sendo que a Inbev aguardam a adesão de 1.200 funcionários nestes programas.

A fusão seria a mais ousada no mundo empresarial desde o início da crise norte-americana no ano passado, instituindo um grupo avaliado em cerca de US$ 100 bilhões.

Fonte : Ass.Economia FNHRBS
Data : 22-07-08

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