domingo, 31 de agosto de 2008

Novo perfil do profissional hoteleiro no Brasil - Desafio e oportunidades


Especialistas em educação destacam competências essências do novo profissional do Turismo



Com a moderação, Eraldo Alves da Cruz, a mesa redonda sobre Educação Profissional começou com as palavras da diretora do Centro Especial de Turismo da Universidade de Brasília, Ariadne Bittencourt. Na ocasião, foi apresentado o cenário da hotelaria no país, com 25.700 meios de hospedagem. Em relação à distribuição, a grande maioria, 47%, está localizada na região sudeste; 24%, no nordeste; 19% no sul e 7% no centro oeste. Sendo assim, Ariadne explicou que os profissionais dos meios de hospedagem devem apresentar um perfil que corresponda a realidade local, baseados na informação e no conhecimento do destino e/ou produto em questão.

A palestrante afirmou ainda, que a tendência do mercado de trabalho é a busca por profissionais que tenham competências e habilidades que gerem lucros, como a capacidade de lidar com pessoas e com a tecnologia. Ela Também destacou que, hoje, a questão da sustentabilidade, além de economia nos custos finais, também agrega valore ao empreendiemento.

Para conseguir atingir esse perfil de profissional, o Superindente de Educação do Senac de Minas Gerais, Emerson Luiz de Castro, explicou de forma simplificada como funciona o sistema de educação do Senac. Segundo ele, a educação do século XXI se baseia nos seguintes pilares: educação cognitiva (para aprender a aprender), técnico-operacional (para aprender a fazer), sócio-comunicacional (para aprender a conviver) e comportamental (para aprender a ser). Sendo esses dois últimos os mais importantes para a hotelaria. Em sua palestra afirmou que esse novo perfil de profissional já está no mercado, usando como exemplo o fato de que em grande parte dos hotéis os mensageiros são formados em Turismo. A pergunta, no entanto, continua sendo: como alcançar essas altas exigências do mercado em um país com a educação tão carente?










Eraldo Alves

Comércio Eletrônico como principal canal de vendas da hotelaria


Painel mostra como o comércio on-line pode gerar lucro



Abrindo o debate, Humberto Guzzo, da Central do Hoteleiro, mostrou para os congressistas do Conotel a relação de benefícios gerado pelas operações comercias via internet. Acrescentou, também, que na indústria hoteleira do futuro tudo será gerado pela tecnologia on-line, já que quando se efetua uma compra pela rede é possível fazer uma economia de até 25%.

Em seguida, Marcus Tannuri, da CMNet, empresa especializada em soluções em Informática, explicou como funcionam as transações por meio da grande rede e como o uso da internet pode facilitar as vendas e reservas de um hotel. Tannuri também deu algumas dicas para quem pretende entrar no mercado on line: “é essencial que se coloque no site da empresa o máximo de informações possíveis, pois a possibilidade de fazer desde a reserva até o check out via internet, corta intermediários, burocracia e custos”.

Ricardo Lidintong, da Stella Barros Turismo, terceiro a se apresentar nesse painel, definiu o perfil do consumidor brasileiro. De acordo com ele, o Brasil está entre as nações que mais utilizam a Internet. Hoje cerca de 47% da população brasileira tenha acesso a Web. Lidintong também destacou que para se obter sucesso nesse mercado, é imprescindível despertar interesse do consumidor. “Em meio a tanta informação só é relevante o que nos chama atenção”. Em um discurso bem ilustrado, Ricardo Lindintong mostrou cases de como, na era da informação, os recursos para “enganar” clientes perdem a eficiência, já que com a utilização de Orkut, MySpace e fóruns on lines, a propaganda boca a boca ganha maiores dimensões, uma vez que as pessoas buscam, e encontram, com facilidades a opinião de outros consumidores. Ao final, o palestrante apresentou sugestões aos empresários presentes, entre elas investir em parcerias para distribuição eletrônica, maximizar a presença da empresa/marca na Web, ser transparente e nunca esquecer de interagir com o cliente.

O moderador Wilson Moisés Paim, da ABIH- SP, pontuou sobre a responsabilidade das empresas em relação aos serviços negociados via web, destacando que empresas como a CMNet são apenas ferramentas, um canal entre os hotéis e o consumidor, e todas as informações prestadas são de responsabilidade da empresa hoteleira.

Reforma tributária no setor hoteleiro

Foto:
Edson Lupatini, Otávio Leite, Francisco Dornelles, Célio Barbieri e Alexandre Sampaio

No painel que discutiu a reforma tributária para o setor hoteleiro e a desoneração de impostos para o turismo, o senador Francisco Dornelles, junto com o advogado tributarista do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Edson Lupatini e o deputado federal Otávio Leite destacaram a criação do Imposto Nacional sobre Valor Adicionado (IVA Nacional), que inclui o imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS). Com a criação desses impostos a expectativa é que haja redução de custos, burocracias e trabalho das empresas.

O deputado Otávio Leite, ainda ressaltou a necessidade de se tratar o turismo como um produto de exportação. Segundo ele, o assunto já foi incluído na Lei Geral do Turismo e beneficiará o turismo receptivo e as ações para captar mais turistas no exterior. "É preciso dar ao turismo um tratamento igual a outros segmentos da economia, oferecendo linhas de crédito com desoneração da atividade e estimulando assim as pessoas a trazerem mais turistas para o país". Já Alexandre Sampaio, da SindRio, destacou novamente a necessidade de redução do peso dos impostos sobre o setor hoteleiro e a inclusão da atividade turística como produto de exportação.

Ministro Carlos Lupi diz que hotelaria é o pilar da indústria de turismo



Muito irreverente e aplaudido, o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, revelou que hoje cerca de sete milhões e meio de pessoas estão empregadas na indústria hoteleira e diz ser impossível falar de crescimento econômico sem falar de turismo. Ao declarar seu amor pelo Rio de Janeiro, o ministro também reconheceu os problemas pelos quais a cidade passa. “Quem dera se tivéssemos mais paz, mas tenho esperança que esse dia vai chegar”. Apesar das dificuldades, o número de empregos gerados demonstra como o país está crescendo. Segundo o ministro, em 2007, mais de 1,6 milhões empregos foram gerados e até o momento, em 2008, esse número já passou de um 1,3 milhões.

Homenagem ao Presidente da CNC

ABIH Nacional homenageia Antonio Oliveira Santos pela inclusão do Turismo na razão social da Confederação Nacional do Comércio Bens, Serviços e Turismo

Álvaro Bezerra de Mello homenageia Antônio Oliveira Santos

Após o pesseio pelo futuro, o presidente da ABIH Nacional, Álvaro Bezerro de Mello, prestou uma justa homenagem ao Presidente da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antônio de Oliveira Santos, por ter adicionado a atividade do turismo a razão social dessa importante confederação. Em agradecimento, Antônio de Oliveira, fez questão de evidenciar a importância do turismo e da hotelaria para a economia brasileira e trazer à tona o futuro do Brasil como sede da Copa de 2014. “O que temos observado em Pequim é o que pretendemos fazer aqui em 2014”.

Convite à Imprensa





O nosso caminho da fé


Tínhamos planejado com certo cuidado fazer essa primeira etapa do já famoso Caminho da Fé - Tambaú a Casa Branca - no dia 3 de agosto, dentro das comemorações da 82ª Festa do Desterro. Durante os dias que antecederam a caminhada, fomos adquirindo as coisas que seriam úteis para a jornada: mochilas, chapéus para proteger do sol ou da chuva, alimentos, etc. Constava da programação sairmos juntos do Santuário do Desterro, em ônibus que nos levaria até Tambaú, com partida às 5 horas de domingo. A saída seria às 6 horas, do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, naquela cidade, após recebermos as bênçãos do Pe. Eduardo. Mas, para nós, o começo seria diferente.

O relógio de casa foi programado para despertar às 4h30, tempo suficiente para levantarmos, fazer o asseio, nos alimentar e ir até o Desterro. Mas o relógio não despertou, e acordamos às 5h15. Levantamos a toda, fizemos a higiene, e sem comer nada tomamos o carro e corremos ao Santuário. Mas, outra decepção! Os ônibus já haviam partido e o pátio da igreja estava vazio. Saímos chateados e em questão de minutos tomamos a decisão ainda insegura de irmos até Tambaú de carro. Mas o tanque do automóvel já estava quase na reserva. Pedi a Deus que multiplicasse o combustível, até chegar pelo menos a Santa Cruz das Palmeiras. Na rotatória daquela cidade, estendi um pouco à frente para abastecer. Outra surpresa: o posto só começava a funcionar às 7h00. Voltamos e entrei em Palmeiras. Agora, tinha de abastecer de qualquer jeito, pelo menos para voltar a Casa Branca, pois o carro poderia a qualquer instante parar na estrada. Achamos um posto 24 horas, abastecemos e retornamos à pista. Tomamos a direção de Tambaú. Não sabíamos de onde sairiam os peregrinos, por isso fomos até o cemitério. Os poucos romeiros que ali estavam não sabiam informar. Disseram para irmos até o Santuário, e foi o que fizemos. Lá, praticamente todos os caminhantes já haviam partido. Avistamos o Pe. Eduardo que voltava para Casa Branca, adquirimos nossos cajados e, junto a mais dois companheiros de peregrinação, Ezio e seu filho Leonardo, encetamos a caminhada tão esperada. Um novo ânimo surgiu em nosso coração. Deixei meu carro estacionado ao lado da antiga casa onde morou o Pe. Donizetti, hoje museu. Depois daria um jeito de voltar para buscá-lo.

O Caminho da Fé, cujo trajeto completo liga a cidade de Tambaú a Aparecida, no Vale do Paraíba, tem cerca de 430 km. Ao fazê-lo, o peregrino atravessa diversos municípios de São Paulo e Minas Gerais. Foi inspirado no tradicional e milenar Caminho de Santiago de Compostela, que cruza o norte da Espanha de Leste a Oeste, saindo da França até a Catedral de Santiago de Compostela, onde estão sepultados os restos mortais do santo católico, responsável por difundir o Evangelho entre os povos. Compostela significa “Campo de Estrelas” e faz alusão ao misterioso fato de uma chuva de estrelas que indicaria o lugar onde foi encontrado o corpo de São Tiago, perdido mais de 800 anos depois de sua morte. Tambaú é conhecida no Brasil inteiro como a terra onde labutou por mais de 30 anos o Pe. Donizetti Tavares de Lima. A ele são atribuídos inúmeros milagres e as famosas romarias que levaram mais de 50 mil pessoas a Tambaú na década de 50 tornaram-no conhecido em todo o País. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, hoje ergue-se na cidade, ao lado da casa onde morou e na qual está instalado um museu com seus objetos pessoais, um majestoso Santuário dedicado à Virgem. Já a cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba, abriga o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, uma das mais magníficas igrejas de nosso País e uma das mais imponentes do mundo.

A primeira etapa do Caminho da Fé, de Tambaú a Casa Branca, tem 34 km. O percurso, feito por trilhas, caminhos e estradas rurais, cruza diversas propriedades e não se utiliza em nenhum trecho da antiga estrada vicinal que liga os dois municípios, que possui um trecho de 17 km já asfaltados. Parte-se do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Tambaú, e termina no Santuário de Nossa Senhora do Desterro, em Casa Branca. A única parada no trecho está nos primeiros 17 km, onde o caminhante encontra a primeira pousada credenciada.

As grandes dificuldades do Caminho estão nos trechos iniciais. Logo após o início existe uma subida íngreme, estreita e forrada de pedras que dificultam o caminhar. Como enfrentamos chuva nesse trecho, o que aumentou muito o frio da manhã, outro fator que dificultou foi a lama e o barro. Agregado à sola dos nossos calçados, tornava o andar penoso e lento. O peso dos tênis triplicava com o barro grudado. Eu, particularmente, senti ainda um agravante. Em função da chuva intermitente e do frio, senti meus braços e mãos congelarem e muita dor nesses membros. Comecei a ficar preocupado e usei uma pequena toalha de mão para friccioná-los na esperança de aquecer e diminuir a dor. Esse trecho inicial, que ocupa quase a metade do Caminho, é sem dúvida o mais difícil. São passagens íngremes, estreitas, muitas vezes pedregosas. Mas tudo é recompensado pela beleza da paisagem e pelo traçado da rota a ser seguida pelo caminhante. Nas idas e vindas das trilhas, surge a oportunidade de reflexão, de oração e de meditação. Pensa-se na vida de Jesus Cristo e no que Ele venceu por nós. Reflete-se na vida e nas obras dos Santos da Igreja, exemplos incontestes de serviço, entrega, abnegação e amor por Jesus e pela Virgem Maria.

As maravilhas do trecho vão se sucedendo a cada metro vencido. Os pés começam a doer, as pernas sentem as primeiras cãibras e o caminho continua a estender-se à frente, pedindo para ser vencido. Da mesma maneira, modifica-se a paisagem. Lavouras de cana por colher se sucedem. Trechos de terra nua e machucada pela recente colheita intercalam-se com nesgas da mata primitiva que dominava toda a região. Vêem-se os eucaliptos plantados em espaços quase que milimetricamente medidos, formando florestas fechadas, cujo aroma delicioso recende no ar puro da manhã, penetra nossos pulmões e dominam nosso ser. Impossível não aspirar com prazer o cheiro que impregna o ar. Depois vêm os pomares de laranja maduras, que colorem o verde que parece não ter fim. Seguem os de mexerica “morgote”. O caminho continua, sempre orientado pelas setas amarelas pintadas em árvores e pedras e, de vez em quando, pregadas nas porteiras e mourões de cercas das propriedades. Não há como se perder, não tem jeito de errar o trajeto. A cada 2 ou 4 quilômetros, uma visível placa do Caminho indica a distância entre aquele ponto e a chegada, Aparecida do Norte: 429, 422, 412, 398... Conforme diminuem os números, Casa Branca se aproxima.

Mais lavouras surgem diante dos nossos olhos: aqui, uma de soja. Ali adiante, uma de milho, mais pra frente, uma de feijão. Num trecho chuvoso e enlameado, paralelo aos trilhos do trem, estende-se uma linda plantação de trigo. Nunca tínhamos visto uma! O verde que parece um tapete some no horizonte. Tiramos fotografias, tocamos as plantas ainda novas mas todas espetadas e cheias do grão que vai virar pão. Uma das coisas mais lindas dessa jornada santa.

Passamos por açudes imensos. A riqueza da água molhando a terra que produz. Chegamos a uma lagoa aprazível, sombreada por inúmeras árvores e com vários bancos feitos de dormentes de estrada de ferro. A água cristalina, onde se pode avistar o leito repleto de plantas aquáticas, convida a molhar-se e lavar as mãos. Pequena pausa para descanso e retomada do caminho. Por todo o trecho avistam-se casas e mais casas abandonadas. Ninguém mais quer morar no campo. Telhados, janelas, portas e paredes ruem pela ação do tempo.

Quando chegamos à ponte da Gabiroba estamos exaustos. O tempo colaborou muito. Apesar da chuva e do frio, não fomos castigados pelo sol. De lá, em breve podemos avistar Casa Branca. Seguimos pela estrada cercada de canavial e chão duro. Cruzamos com uma carroça e um cachorro que tenta, desesperado, acompanhá-la. Pouco a pouco surgem os primeiros sinais da cidade no horizonte acinzentado. A cúpula da Matriz, o edifício Basilone, as torres do Santuário do Desterro e, em primeiro plano, os fundos da Estação Nova. Faltam poucos quilômetros. Estamos quase chegando. Contornamos pela estrada o canavial e passamos diante da antiga estação do Briaréu. Desativada a décadas, hoje é propriedade particular, sinal da prosperidade ferroviária da Mogiana e da primitiva linha que vinha da Estação Velha. Finalmente desembocamos no primeiro sinal de asfalto depois de iniciarmos o Caminho em Tambaú. Atravessamos o pontilhão da FEPASA e adentramos o Bairro do desterro pela Avenida Francisco Nogueira de Lima, que morre ás portas da Estação Nova. Seguimos chamando um pouco de atenção, especialmente pelo barro nas roupas, pelo ar de cansaço e pelos cajados.

A chegada às portas do Santuário do Desterro é emocionante. Conseguimos! Foram quase 9 horas de caminhada ininterruptas. Tiramos mais fotografias. Cumprimentamos as pessoas que se espalham pelo pátio diante da Igreja da Virgem. Acenamos para os conhecidos e somos recebidos pelo Padre Eduardo. Mas seguimos para o tão esperado encontro que motivou essa nossa jornada. Entramos no Santuário e prostramo-nos aos pés da bendita imagem da Sagrada Família do Desterro. Oferecemos à Virgem Maria, a São José e ao Menino Jesus todos os esforços que dispendemos na caminhada. Colocamos ali as dores nos pés, nas pernas e nos quadris. Pedimos pelas nossas famílias e por nós mesmos. Por dentro, somos inundados pela paz que vem de Deus. Nada fizemos. Quem fez por nós foi Jesus Cristo e a ele agradecemos mais essa maravilha que nos é dada: poder traçar com fé, amor e esperança o santo Caminho da Fé!

Foram muitas as lições da jornada, e uma delas é que não basta somente percorrer o Caminho. É preciso conhecer, respeitar e amar o Caminho. Só assim ele terá algum significado em nossa vida. Se não for assim, ele será somente mais um dos muitos caminhos que percorremos durante a nossa existência: vazio e sem deixar marcas.

Sérgio e Silvia Scacabarrozzi

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ABIH, Fohb, FNHRBS, SindRio e Resorts Brasil entregam manifesto contra cruzeiros


ABIH, Fohb, FNHRBS, SindRio e Resorts Brasil entregam manifesto contra cruzeiros

Luiz Marcos Fernandes


Uma moção solicitando ao Ministério do Trabalho que exiga das companhias de cruzeiros marítimos a contratação de pelo menos 25% de mão de obra brasileira durante a temporada no Brasil foi entregue por entidades do setor hoteleiro ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

O documento assinado pela ABIH Nacional, Fohb, FNHRBS, Resorts Brasil e SindRio alega que a medida é importante para geração de mão de obra para o setor. Segundo o presidente da ABIH Nacional, Álvaro Bezerra de Mello é necessário que as companhias de cruzeiros dêem sua contribuição na geração de empregos.

"É importante que as companhias de cruzeiros possam também contribuir para o fortalecimento do nosso setor e prestigiar a mão de obra do nosso país gerando oportunidades de trabalho", afirmou.

Olimpíadas: hotéis de Pequim têm demanda abaixo da esperada


Olimpíadas: hotéis de Pequim têm demanda abaixo da esperada e Brasil promove candidatura do Rio de Janeiro na China

De acordo com projeções das autoridades chinesas, eram aguardados 450 mil turistas estrangeiros na China em razão dos Jogos Olímpicos, o que movimentaria cerca de US$ 450 milhões no período. Isso sem falar no turismo doméstico, que, de acordo com previsões, deveria injetar na economia mais US$ 300 milhões.

Entretanto, com o passar das semanas, os hotéis do país continuavam a registrar baixas taxas de ocupação, reflexo dos elevados preços praticados pelo segmento. Alguns meios de hospedagem chegaram a mais que duplicar o preço nesta temporada, aguardando os turistas ávidos por consumo. Os estabelecimentos que esperavam aumentar as vendas e o lucro durante as Olimpíadas ficaram desapontados com o pequeno número de visitantes. A expectativa era de reversão deste quadro desfavorável ao setor hoteleiro, que chegou a baixar os preços nas últimas semanas antes do evento, visando à atração dos turistas.

Parece que somente esta medida não foi suficiente para levar turistas à China. De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim, o desempenho abaixo do esperado se deve às dificuldades na compra de ingressos, além da burocracia envolvida no processo de obtenção de visto, dificultada devido aos temores em relação a atentados terroristas. Os diversos protestos favoráveis à independência do Tibete ocorridos ao redor do mundo, e, vale destacar a passagem catastrófica da tocha olímpica por Londres e Paris, também colaboraram para dificultar a aquisição do visto chinês, além, é claro, da deterioração da imagem do país frente à opinião pública mundial.

Há de se ressaltar que no último ano verificou-se um boom no setor de construção civil chinês, especialmente na área de hotelaria, o que elevou a oferta de quartos. De acordo com a Secretaria de Turismo de Pequim existem, provavelmente, cerca de 20 hotéis a mais na cidade que no ano passado. Também convém destacar o alto nível de poluição atmosférica da capital chinesa, o que também atua como empecilho na atração de turistas estrangeiros.
A situação é melhor para os hotéis de luxo. Esta categoria está com 80% de lotação, enquanto os de tarifas medianas não chegam nem a 50% de taxa de ocupação. Já os hotéis mais baratos registram ocupação de apenas 10%, o que não preocupa as autoridades locais, que alegam que este tipo de hospedagem é destinado aos turistas chineses, que não têm o hábito de realizar reservas.
Apesar de todos estes contratempos, o governo brasileiro, através dos ministérios do Turismo e Esportes, Secretaria de Comunicação da Presidênca (Secom), Embratur e Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), investiu R$ 10,4 milhões na instalação da “Casa Brasil”, que, além de ser um espaço de entretenimento, auxiliará, também, na promoção do Brasil como destino turístico para os chineses. Desta forma, o Brasil também já acelera sua campanha de divulgação da candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, onde concorrem também Chicago, Tóquio e Madri.
Vale lembrar que, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2010 a expectativa é de que a China irá superar os Estados Unidos e Espanha, subindo para o segundo lugar no ranking de destinos turísticos internacionais mais procurados, atrás apenas da França.
Já o ministério do Turismo está de olho nos viajantes chineses, já que a previsão de que a China será, em 2018, um dos principais países a enviar turistas para todo o mundo.O ministério montou uma agenda de atividades específica para agentes do setor, de 11 a 15 de agosto.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

ABUSO COM ÁLCOOL LEVA MOTORISTAS À CADEIA

Jornal Pequeno - O Órgão das MultidõesLevantamento parcial divulgado ontem à noite pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) dá conta de que, durante todo o final de semana, ocorreram diversas prisões de motoristas embriagados, tanto na capital quanto no interior do Estado. A “Lei Seca”, que passou a vigorar em 20 de junho, pegou de surpresa muitos motoristas beberrões.

Nas principais avenidas de São Luísa, entre as quais a Holandeses e São Luís Rei de França, foram realizadas blitzes, envolvendo contingentes a PRF, Polícia Militar, Polícia Civil, Detran e Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT).

Motoristas foram presos depois de flagrados com auxílio do bafômetro

Segundo o sargento Alberto Filho, da Companhia de Polícia Militar Rodoviária do Estado (CPRv), que estava trabalhando na operação, nas proximidades da Churrascaria Querência dos Pampas, na Ponta d´Areia, duas pessoas foram conduzidas ao Plantão Central da Beira-Mar (antiga Rffsa), ao serem flagradas ao volante com dosagem de álcool acima do nível permitido.

Os motoristas Charles dos Santos Melo e Francisco Pereira da Silva Júnior, ao serem submetidos ao exame do bafômetro, foram flagrados por desrespeito à chamada “Lei Seca”. Conduzidos ao Plantão Central, foram autuados em flagrante pelo delegado Gutemberg. A operação começou às 16 horas de ontem e se estendeu ao longo da madrugada de hoje.

Por volta das 22 horas de ontem, o sargento Alberto Filho, da CPRv, conduziu ao Plantão do Cohatrac o motoqueiro Antônio de Pádua Gomes Araújo, que foi flagrado conduzindo uma moto Honda, em visível estado de embriaguês. A prisão aconteceu na Avenida São Luís Rei de França.

De acordo com informações da polícia, os condutores autuados em flagrante vão responder a inquérito policial na Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT). Os motoristas, neste caso, tiveram apreendidas suas Carteiras Nacional de Habilitação (CNH), pois perderão o direito de dirigir por 12 meses, conforme estabelece a lei, que ainda prevê pagamento de multa no valor de R$ 957,00.

Operação - A Operação Alcoolemia Zero vem sendo planejada desde o dia 1º do corrente mês. Para tanto, a Polícia Rodoviária Federal emprestou três aparelhos etiômetros, ou seja, os bafômetros. Segundo o planejamento da operação, serão realizadas blitze sistemáticas em vários pontos da cidade, principalmente nas avenidas Ana Jansen (São Francisco), Litorânea, Holandeses, Mário Meireles (Ponta d’Areia), Senador Vitorino Freire (Areinha), Jerônimo de Albuquerque, São Luís Rei de França, Africanos, Portugueses, Franceses e Guajajaras.

A SMTT informou que a primeira fase da operação se estenderá até o final deste mês e acontecerá apenas nas principais avenidas da capital, mas, a partir de setembro, as outras vias dos bairros também serão incluídas. As fiscalizações deste mês acontecerão de quarta-feira a domingo, no horário das 21h às 4h. Nos dias 15, 20 e 23, das 21h às 3h, e nos dias 17, 24 e 31, das 16h às 22h.

Presos no interior - Segundo a PRF, um motorista foi preso no interior do Estado, por dirigir embriagado, logo nas primeiras horas da manhã de ontem. A ocorrência foi registrada no município de Caxias, à altura do quilômetro 542 da BR-316. A prisão ocorreu às 6h10: José de Ribamar de Sousa Lima não obedeceu a ordem de parada e, quando perseguido por agentes da Polícia Rodoviária Federal, foi constatado que estava com 0.43 mg/l de teor alcoólico. O preso em flagrante foi encaminhado a delegacia local da Polícia Civil. Com esta prisão, subiu somente na manhã de ontem para 24 pessoas presas nas BRs do Maranhão por desrespeito à Lei Seca.

A Operação Alcoolemia Zero envolve as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além do Ministério Público, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Guarda Municipal e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT), que visa aplicação da Lei n° 11.705/2008 (a Lei Seca), que limita a quantidade de álcool em 0,2 grama (ou dois decigramas) por litro de sangue. Além da avaliação do estado dos condutores, as inspeções buscarão armas e drogas e checarão a regularidade ou não dos documentos do motorista.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Reforma tributária: relator desiste de propor novo ICMS

Reforma tributária: relator desiste de propor novo ICMS

O relator da Comissão Especial da Reforma Tributária (PECs 233/08, 31/07 e outras), deputado Sandro Mabel (PP-GO), desistiu de criar um novo artigo constitucional para tratar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço, o que seria, na prática, um novo ICMS. Ele manteve a modificação da cobrança do tributo do estado de origem para o estado de destino da mercadoria, conforme a proposta original do governo. O deputado resolveu, entretanto, inserir essa transição dentro da legislação já existente.

De acordo com Mabel, o objetivo é dar mais segurança jurídica ao texto. "Nós não criamos um novo ICMS, nós adaptamos a origem e o destino dentro do ICMS existente, porque se você criar um novo tributo, há o risco de ter uma porção de insegurança jurídica, novos questionamentos", explicou.


Fundo de Equalização


Também com o objetivo de dar mais segurança aos governadores, Sandro Mabel informou que vai incluir no texto constitucional o detalhamento do Fundo de Equalização de Receitas. Pela proposta do governo, o FER, previsto para assegurar que nenhum estado será prejudicado pela reforma tributária, deveria ser regulamentado por lei complementar. Os governadores, porém, temiam que o assunto ficasse pendente.

O relator também vai propor uma regra de transição de dez anos para os incentivos fiscais que já foram concedidos pelos estados às empresas. Sandro Mabel disse que o texto da proposta de reforma tributária está praticamente pronto, faltando apenas alguns detalhes. Segundo ele, a PEC só deverá ser votada na comissão especial quando houver condições para que o texto seja analisado, em seguida, pelo Plenário.

Serviços - Treinamento: o grande desafio do turismo

HOTEL NEWS
Edição 344 Maio / Junho 2008


Serviços - Treinamento: o grande desafio do turismo

Por Carlos Aldan: presidente da Signature do Brasil, licenciada da norte-americana Signature Inc., especializada em treinamento de vendas e atendimento a clientes. Também atua no Peru, no Chile, na Argentina, no Uruguai, no Paraguai, na Bolívia e em Portugal. www.signaturedobrasil.com.br

O último estudo do Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil em 59º lugar entre os destinos turísticos mais procurados no mundo. Obtivemos uma das notas mais baixas no quesito “disponibilidade de mão-de-obra especializada” (3,7, numa escala de 1 a 7); ao mesmo tempo, uma das melhores pontuações recaíram sobre o quesito “recursos humanos” (4,9). Contradição? Não. Esses dados mostram que temos profissionais aptos - talvez entre os mais amáveis e simpáticos do mundo - e disponíveis para o mercado de trabalho.

No entanto, não conseguimos transferir aos serviços hoteleiros as vantagens comparativas que temos na indústria do turismo para a geração de resultados financeiros mais impactantes, de forma sustentada e condizente com a premente necessidade de criação de empregos no País.

Essas vantagens não são poucas ou pequenas, mas representativas de tudo que os viajantes do mundo procuram para vivenciar uma experiência plena. Além de características como amabilidade, hospitalidade e ausência de xenofobia por parte do povo, temos oito mil quilômetros de algumas das mais lindas praias do planeta, sedutor clima dos trópicos, regiões serranas de puro charme, entre outros exemplos. De Norte a Sul, há sempre um atrativo para o viajante. Paradoxalmente, temos potencial de sobra para nos tornarmos o destino mais procurado do mundo e um desafio enorme e árduo, mas perfeitamente transponível.

O grande desafio é transformarmos esse potencial em valor real para o turista nacional e estrangeiro. Para muito além das políticas públicas que promovam de forma competente o Brasil nos países emissores, que criem mais destinos atraentes, que façam em parceria com a iniciativa privada os investimentos necessários em infra-estrutura, há que se endereçarem às questões práticas sob o total controle de empreendedores privados para que possamos nos considerar preparados para reduzir essa enorme discrepância entre o potencial turístico e a pífia realidade demonstrada, ano após ano, de nossa participação mundial nessa indústria.

Por um lado, temos um turista exigente à procura de experiências diferenciadas e consistentes em uma indústria dinâmica na qual o “defeito zero” é insuficiente e, paradoxalmente, quase inatingível. O serviço diferenciado de ontem se transforma em algo corriqueiro e esperado hoje. O cliente exige encantamento, surpresas agradáveis, serviços memoráveis. Além disso, vivemos na era do conhecimento movida por avanços tecnológicos em um ambiente altamente competitivo, que imprime enorme pressão na indústria local para que tenha pessoas certas no lugar certo, disciplinadas, aliadas a planos de gestão e processos competentes e afinados com esta realidade.

Nosso desafio: transpor algumas barreiras culturais que nos impedem de entender que a criação de riqueza - o retorno sobre o investimento - está no cliente. O cliente é a fonte de riqueza. Temos de criar as condições para promover modelos de liderança baseada em idéias, trabalho em equipe, informação, visão de futuro, valores e missão que inspirem esse público jovem, desafiador, mas ávido por encontrar propósito e significado em suas vidas. Tudo isso sem torná-los menos brasileiros - premissas de eficiência e excelência não excluem características de cordialidade e simpatia.

Carregamos traços ainda baseados na tarefa, na burocracia, no processo, de forma pouco crítica, em contraposição à premente necessidade de termos profissionais pró-ativos, com senso crítico e de urgência desenvolvidos, aliados à identificação com a tomada de risco. Frente a um cliente exigente, isso faz a diferença. Vemos obediência passiva e cega, em contraposição à necessária flexibilidade, aprendizado e cooperação. Temos o hábito de encarar treinamento como custo e não como investimento indispensável. Treinamentos competentes impulsionam a geração imediata de receita com clientes bem atendidos.

O Brasil poderá vencer este desafio. O amável poderá ser igualmente eficaz. Essa transformação exigirá preparação, formação profissional e muito treinamento.

Congresso Nacional de Hotelaria

Congresso Nacional de Hotelaria discute a preparação dos meios de
hospedagem para Copa do Mundo de 2014 em sua 50º edição





A
hotelaria nacional se reúne, entre os dias 11 e 13 de agosto no Centro de
Convenções Sul América, no Rio de Janeiro, para participar do 50º CONOTEL – Congresso Nacional de
Hotelaria.
Na abertura do congresso, o Ministro do Trabalho, Carlos
Luppi, falará sobre o impacto da indústria do turismo na geração de empregos e
no desenvolvimento econômico do país. De acordo com estimativas, a hotelaria é
responsável por mais de um milhão de empregos, ou seja: a cada 10 empregos da
população ativa, um é proveniente da indústria de turismo. De acordo com a
Organização Mundial do Turismo, a atividade do turismo é uma das mais
importantes do século 21, empregando no mundo mais de 160 milhões de pessoal e
gerando US$ 700 bilhões de receita.



Após a
abertura, dois palestrantes internacionais irão abordar um assunto que
mobilizará a indústria do turismo, e o país como um todo, nos próximos anos: a
Copa do Mundo de 2014. Eddie Khosa, presidente da Associação de Hotéis Sul
Africana, falará como preparar a hotelaria e a infra-estrutura dos destinos
para o evento e, Ray Whelan, da Match Servicer, empresa suíça operadora de
viagens, terceirizada pela Fifa desde o Mundial do México em 1986, apresentará
as exigências da entidade máxima do futebol mundial quanto à capacidade
receptiva dos hotéis. Ainda no primeiro dia do congresso, o senador Francisco
Dornelles falará sobre as projeções, impactos e perspectivas da Reforma
Tributária para o setor hoteleiro.







50º Conotel – Congresso Nacional de Hotelaria



Copa do Mundo
2014: como preparar a hotelaria e a Infra-estrutura dos destinos, com Eddy
Khosa – presidente da Associação de Hotéis Sul Africana e Ray Whelan
– Match Servicer, agencia oficial da Fifa



Data: 11 de agosto de 2008



Local: Centro de Convenções Sul América – Rua Madre
Teresa de Calcutá, s/n Cidade Nova



Horário: Abertura às 11h e palestras das
14h30 às 18h



www.conotel.com.br







Informações para
imprensa:



Abre Aspas
Comunicação – 21 2223.4525



Alexandra Mato
– 21 9227 6306



Maria Alice Nunes – 21 8841
1908

Gastos de turistas atingem patamar recorde no primeiro semestre



Gastos de turistas atingem patamar recorde no primeiro semestre



Somente no mês de junho, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil atingiram US$ 426 milhões, valor 25% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 341 milhões). Este foi o melhor mês de junho de toda a série histórica do índice, iniciada em 1969.

No primeiro semestre do ano, o valor acumulado foi de US$ 2,90 bilhões, ou seja, um aumento de cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2007, tido, até então, como patamar recorde de toda a série histórica, quando os gastos de turistas estrangeiros no País atingiram US$ 2,44 bilhões. Cabe destacar que o valor alcançado somente nos seis primeiros meses de 2008 já é superior à toda receita turística arrecadada em 2003 (US$ 2,48 bilhões).

De acordo com o ministro do Turismo, Luiz Barretto, os dados refletem o sucesso da ampla promoção do Brasil no cenário internacional desenvolvida pelo Ministério do Turismo e a capacidade de atração de turistas ao País.

Em contrapartida os gastos de brasileiros no exterior também têm crescido, e mais rapidamente que os gastos de estrangeiros no Brasil, impulsionados pelo aumento da renda real dos trabalhadores brasileiros nos últimos anos, pela expansão creditícia, assim como pela valorização do Real em relação ao dólar. Com o dólar mais barato, as viagens internacionais se tornam mais acessíveis aos brasileiros da mesma forma que, para os estrangeiros, viajar para o Brasil está mais caro. Assim, o turismo internacional acaba se tornando uma fonte de saída de dólares.

Estas informações são corroboradas pelos dados divulgados pelo Banco Central. As despesas de brasileiros em viagens ao exterior registraram US$ 1,047 bilhão no mês de junho, maior valor para todos os meses desde 1947. Nos primeiros seis meses do ano também houve recorde histórico para o período, já que as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 5,53 bilhões

Esses dados geraram um déficit de US$ 621 milhões na conta de turismo no mês de junho e de US$ 2,64 bilhões entre os meses de janeiro e junho deste ano. Ambos os resultados foram os piores desde o início da série histórica, o que demonstra uma deterioração da conta de turismo, agravada pelo dólar desvalorizado.

Para Altamir Lopes, Chefe do Departamento Econômico do Banco Central, a tendência é que no mês de julho todos estes recordes sejam batidos, já que dados preliminares evidenciam, até o momento, despesas de US$ 1,10 bilhão e receitas de US$ 393 milhões para o mês. É claro que os resultados do mês de julho sofrerão a influência do período de férias escolares.

Sem dúvida, o melhor ano do turismo brasileiro, no que se refere ao ingresso de divisas através de gastos de turistas estrangeiros, foi o ano de 2007, quando o turismo internacional injetou US$ 4,95 bilhões na economia brasileira, valor 15% superior aos US$ 4,316 bilhões registrados em 2006. Entretanto, os números preliminares do ano de 2008 divulgados pelo Banco Central apontam que esse recorde pode ser quebrado este ano, em que pese os desafios do câmbio valorizado.



Fonte : Assessoria de Economia da FNHRBS
Data : 07-08-08
Marcia Tuna - Jornalista FNHRBS
55-21-25582630 / 55-21-98711039 / Fax - 21-22855749
jornalismo@fnhrbs.com.br / jornalismoturismo@gmail.com
skype : jornalismo.fnhrbs

Receita aumenta imposto para bebidas alcoólicas, mas poupa cerveja

Receita aumenta imposto para bebidas alcoólicas, mas poupa cerveja



A Receita Federal anunciou mudanças na tributação de bebidas alcoólicas "quentes". Entre elas está o aumento de 30% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a partir 1º de outubro para esses produtos.

O aumento atinge bebidas como vinho, cachaça, vodka e uísque, mas deixa de fora a cerveja, que se enquadra em outras regras de tributação.

A Receita avalia que o impacto no preço ao consumidor não será forte e pode pesar apenas nas bebidas mais caras. O imposto sobre uma garrafa de uísque importada deve passar de cerca de R$ 14,00 para R$ 17,00. No caso de uma garrafa de cachaça, produto mais barato, o IPI sobre de cerca de R$ 0,34 para R$ 0,39. Na vodka, deve passar de R$ 2,00 para R$ 3,00.

"Acreditamos que não tenha muito impacto para o consumidor. Isso vai representar, no máximo, estourando, para as bebidas mais caras, uns 5% [de aumento]", disse Helder Silva, da coordenação da Receita Federal.

O IPI para essas bebidas estava congelado desde 2003. Nesse período, com o aumento no preço desses produtos, o imposto passou a ser proporcionalmente menor. "O tributo está acompanhando o que o preço da bebida subiu desde 2003", afirmou Silva.



De A a Z



A cobrança do IPI para essas bebidas é feita de acordo com classes que vão da letra A à letra Z, de acordo com o preço. O menor imposto subiu de R$ 0,11 para R$ 0,14, aplicado, em geral, às bebidas mais baratas e com menos de um litro. O maior sobe para R$ 17,39.

A Receita também limita a tributação a um percentual do preço do produto na fábrica. Há um teto de 10% para o vinho e de 60% para o uísque e a cachaça, por exemplo.

Além da mudança no imposto, o governo decidiu descentralizar a operação para enquadramento desses produtos em suas respectivas alíquotas, que agora será solicitado pelos fabricantes regionalmente.

Apesar dessa descentralização, produtos com a mesma marca terão de pagar o mesmo imposto, mesmo que sejam produzidos em Estados diferentes.

"Com isso, o acompanhamento de preços [para definir a alíquota] será mais ágil", disse o coordenador da Receita.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Trens turísticos ganham operadora e site exclusivo para setor

Trens turísticos ganham operadora e site exclusivo para setor
Mercado & Eventos /Folha do Turismo


Os amantes do turismo ferroviário já têm um motivo a mais para comemorar. Entrou no ar na manhã de hoje o novo portal (www.amantesdaferrovia.com.br) voltado exclusivamente para as viagens de trens. O novo site traz informações de todos os trens turísticos do Brasil, 31 no total, e em breve contemplará os principais do mundo. A novidade vem acompanhada da primeira operadora online exclusiva para trens, a Amantes da Ferrovia, um braço da BWT Operadora, administrada pelo mesmo grupo que controla o Serra Verde Express e Great Brazil Express.

O portal surgiu da idéia do Grupo Amantes da Ferrovia, um conjunto de empresários representando as 19 empresas de trens turísticos associados à Associação Brasileira de Trens Turísticos e Culturais (Abottc) e mais quatro argentinas. O objetivo é expandir essa atividade no país e fazer com que se crie no brasileiro o hábito de andar de trem. Segundo Sávio Neves, presidente da Abottc, três milhões de pessoas andaram de trens turísticos em 2007: "Estipulamos uma meta para 2010 com cinco milhões de pessoas andando nos nossos trens", afirmou confiante.

"O portal é uma ferramenta importante para difundir a imagem do trem e vai garantir a sustentabilidade financeira dessas empresas. Está havendo uma grande mobilização e estamos caminhando para um horizonte de vitória", acredita Savio Neves, diretor do Trem do Corcovado, o principal trem turístico do país e que leva anualmente 800 mil pessoas à Estátua do Cristo Redentor.

O novo portal oferece notícias sobre os trens, relação de eventos relacionados ao segmento, serviço de animação (papel de parede, descanso de tela e emoticons), espaço para relatar experiências abordo dos trens, souvenirs, além da operadora online, que hoje oferece 13 pacotes, entre eles para o Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul:"Optamos por oferecer um preço acessível à realidade brasileira e preparamos pacotes com opções fly & drive, por exemplo. Em Minas Gerais, o turista pousa no aeroporto e de lá segue para as cidades históricas com carro alugado que já está esperando-o. Foi a forma que encontramos de diminuir o preço sem perder a qualidade", explicou Adonai Arruda Filho, diretor do Clube Amantes da Ferrovia e do Serra Verde Express. Adonai Filho explica que quem se cadastrar no portal tem a possibilidade de, no próprio site, imprimir uma carteira de membro do Clube. O documento dá o direito de obter vantagens nos passeios dos trens cadastrados, como também em serviços de outros parceiros.

Países de língua portuguesa sem visto

Países de língua portuguesa sem visto

Brasilturis Jornal – 06-08-08

Os cidadãos brasileiros poderão viajar aos países de língua portuguesa com vistos de curta duração, que dependem de menos burocracia para ser emitidos. A ratificação do acordo pelo Brasil, assinado em 2002, foi publicada na edição de hoje, dia 5, do Diário Oficial da União. A medida prevê o trânsito facilitado entre cidadãos do Brasil, de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Os requisitos para concessão de visto de curta duração – que podem ser usados para viajantes em trânsito, turismo e negócios – exigem apenas duas fotografias 3x4, passaporte com pelo menos três meses de validade superior ao período de permanência prevista no país estrangeiro, prova de meios de subsistência, passagem de ida e volta e certificado internacional de vacinação. O acordo também prevê a emissão do documento no prazo máximo de sete dias.

Senado aprova licença-paternidade maior

Senado aprova licença-paternidade maior



Foi aprovado ontem na Comissão de Assuntos Sociais do Senado o projeto que aumenta de 5 para 15 dias a licença-paternidade -tempo de folga do pai após o nascimento do filho. O texto estende o direito a quem adotar uma criança.

A proposta é da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que também elaborou o projeto que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses e aguarda votação na Câmara.

Segundo o texto, os trabalhadores não terão prejuízo salarial nem poderão ser demitidos durante a folga.

O projeto segue para a Câmara. Se for aprovado, será encaminhado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O direito à folga começa um dia depois do nascimento do bebê. Caso o funcionário esteja em férias, a licença começará a ser contada após esse período.

"O projeto terá grande alcance social e contribuirá para o fortalecimento da família brasileira", disse a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN).

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) é contra a licença-paternidade maior. Argumenta que ela diminuiria o tempo de serviço dos trabalhadores por mais dias e aumentaria os custos das empresas.

MTur apresenta dados sobre destinos indutores em Belém


MTur apresenta dados sobre destinos indutores em Belém

Ascom Paratur

O Ministério do Turismo apresentou os dados produzidos pelo "Estudo de Competitividade dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turístico Regional", na manhã desta segunda-feira (04), no auditório da Feapa, em Belém, para divulgação dos números da capital paraense. O estudo foi realizado de forma conjunta pelo MTur e Fundação Getúlio Vargas (FGV) com foco nos recursos e competências de cada destino, além de avaliar a capacidade de produção e inovação. O MTur objetiva estruturar os 65 destinos indutores com padrão de qualidade internacional. O estudo estabeleceu pontuação de 0 a 100 para cada um dos 65 destinos indutores em 13 itens, chamados de dimensões de estudo: Infra-Estrutura Geral, Acesso, Serviços e Equipamentos, Atrativos, Marketing, Política Pública, Cooperação Regional, Monitoramento, Economia Local, Capacidade Empresarial, Aspectos Sociais, Aspectos Ambientais e Aspectos Culturais. A média final da pontuação obtida por Belém foi de 64,4 pontos, resultado acima da média nacional (52 pts), da macro-região norte (50 pts) e das capitais (59,3 pts).

O representante do MTur, Ricardo Moesch, fez questão de esclarecer que o termo competitividade está muito mais ligada a competência e determinadas características dos destinos do que a competição entre eles. "Hoje é o dia para o retorno destas informações a sociedade civil. O que temos de fazer a curto, médio e longo prazo", explica. "O turista quer levar uma história, uma experiência. É nós temos tudo aqui para isso, como a culinária, artesanato, patrimônio, etc", completa. Segundo a técnica e pesquisadora da FGV, Laura Monteiro, a competitividade "é a capacidade crescente de gerar negócios, nas atividades relacionadas ao setor turístico de forma sustentável, proporcionando uma experiência positiva e agradável ao turista". De acordo com a presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Ann Pontes, o estudo é de fundamental importância para o trabalho frente ao desenvolvimento do turismo no Estado. "Recebemos o resultado de forma muito serena. Para conhecer melhor nossos pontos de vulnerabilidade, saber quais são os nossos desafios e fortalecer nossas particularidades, peculiaridades, que nos diferenciam dentro do contexto do turismo nacional e até mesmo internacional", afirma. Para o coordenador de turismo da Belemtur, Wady Khayat, os resultados denotam o caminho a ser seguido. "Ao longo de meses tivemos oportunidade de receber técnicos do MTur e da FGV que coletaram dados sobre infra-estrutura, atrativos, serviços e equipamentos, enfim. E hoje, nós temos o reflexo destas ações com o resultado do que por eles foi levantado", comenta.

OMT adverte sobre queda de 2 a 4 pontos

OMT adverte sobre queda de 2 a 4 pontos

Brasilturis Jornal

O turismo internacional poderá registrar uma queda entre dois a quatro pontos percentuais, segundo advertência feita pelo secretário geral da Organização Mundia do Turismo (OMT), no encerramento da visita feita ao principado de Andorra. Francesco Frangialli considerou a situação atual do setor como 'muito difícil', mesmo que não se observe nenhuma queda espetacular até agora, mas comparou os números neste ano em relação ao crescimento registrado em 2007, quando a alta foi de 6%.

O dirigente reafirmou que os dados do primeiro trimestre de 2008 foram positivos, com o crescimento de 5% entre janeiro e abril, mas a recessão econômica, assim como a alta nos preços dos combustíveis vão forçar uma sensível diminuição no movimento de viagens internacionais.

A preocupação da OMT já provocou a convocação de uma reunião para o final de novembro, em Madri, com um grupo de especialistas para análise da situação do mercado a curto e longo prazo. Por enquanto, a organização mantém suas previsões de no ano de 2020 o mundo terá 1 bilhão e 600 milhões de viagens.

Cevada, milho, arroz, combustíveis e gás fazem custo da cerveja subir


A indústria brasileira de cervejas aperta o cinto. Desde as pequenas, como a Petrópolis, até as maiores, como a AmBev, todas estão de olho no aumento de custos que atinge o setor internacionalmente. A maior pressão vem do campo: a cevada, matéria prima do malte, subiu 48% nos últimos 12 meses. Milho e arroz, que também fazem parte dos ingredientes da bebida (são 40% da parte sólida), subiram até 94%.

Fora isso, contam também o aumento do gás industrial (40%), usado no engarrafamento, a alta dos combustíveis, com o diesel 10% mais caro, e também a lei de restrições à circulação de caminhões em São Paulo, que empurrou a distribuição para o período da noite. Tudo isso seria capaz de provocar um aumento na cerveja no varejo de mais de 10%, além dos 4,5% já registrados nos últimos 12 meses. Mas esse aumento tende a não ocorrer.

"O mercado não está muito católico para aceitar um repasse de preços agora", diz o consultor especializado em bebidas, Adalberto Viviani. A chamada Lei Seca, que apertou a fiscalização contra motoristas que bebem antes de dirigir, deixou o varejo apreensivo, com medo de queda nas vendas. Alguns bares falam em queda de até 30% no faturamento. Como são responsáveis por mais da metade das vendas de cerveja no país, não aceitam sequer discutir a possibilidade de um aumento.





De fato, pode haver, sim, uma queda nas vendas, conforme aponta a Nielsen. Em junho, último mês apurado pela empresa de pesquisas, foram vendidos 560, 4 milhões de litros no país. O número é 11,15% melhor que os 504 milhões de litros de junho de 2007, mas 3,22% pior que os 579 milhões de maio passado. O aumento nos 12 meses, segundo análise da Nielsen, tem a ver ainda com o crescimento do mercado iniciado no ano passado, com o maior poder aquisitivo das classes mais pobres. Já os 3% de queda seriam reflexo dos primeiros 9 dias da nova legislação.

De qualquer maneira, a indústria dá como certo que não há como repassar a alta. "E a tendência é continuar subindo", diz o especialista em cevada, Euclydes Minella, pesquisador da Embrapa Trigo de Passo Fundo (RS). Segundo ele, essa escalada é internacional. "A área de plantio diminuiu em favor de outras culturas ligadas aos biocombustíveis", afirma.

No Brasil, que importa 30% da cevada utilizada pelas cervejarias, outros fatores também contribuíram: o aumento da produção nacional de cervejas, que pulou de 8,23 bilhões de litros em 2000 para 10,34 bilhões no ano passado, e também o maior número de maltarias. Antes eram duas, agora são três, com a quarta já em construção.

Por isso, as cervejarias procuram maneiras de cortar gastos. A Femsa achou na Sol Shot, lançada há um ano, sua solução. A nova versão tem 250 ml, contra os 350 da lata e os 355 ml da garrafa "long neck". O preço caiu de R$ 1,69 para R$ 0,89. O sucesso foi grande. "Não podemos falar em número de vendas, mas alcançamos um resultado quatro vezes maior que o esperado", diz Riccardo Morici, diretor de marketing da Femsa Brasil. Tanto que a produção da Shot, antes restrita à fábrica de Araraquara (SP), foi estendida às plantas de Ponta Grossa, PR, e Feira de Santana (BA).

Já a Petrópolis preferiu outra saída. "Adotamos a política de racionalizar nossos custos internos e valorizar o mix", diz Agostinho Gomes da Silva, diretor administrativo da cervejaria. Dentro da estratégia, a marca está lançando a Itaipava Sem Álcool e a cerveja Petra, com álcool, nas versões pielsen premiun, bock e escura alemã.

Na distribuição, a empresa foi criativa: re-arrumou os engradados no caminhão e aumentou a capacidade das carretas em cerca de 20%, respeitando a legislação, segundo Silva. "São menos viagens, menos combustível, menos emissão de gás carbônico e menos gastos", diz ele.

Hotéis podem ser proibidos de cobrar diária antecipada


Hotéis podem ser proibidos de cobrar diária antecipada



Câmara avalia a proibição de cobrança antecipada de diárias ou serviços em hotéis e estabelecimentos congêneres, tais como pousadas. A medida está prevista no Projeto de Lei 3685/08, do deputado Edigar Mão Branca (PV-BA). A nova lei entrará em vigor 90 dias após a sua publicação.

Segundo a proposta, o descumprimento da regra sujeita os infratores às penalidades previstas no Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90). O código determina que as infrações das normas de defesa do consumidor podem ser penalizadas, conforme o caso, com sanções administrativas, além daquelas de natureza civil ou penal.

Entre as penalidades que podem ser aplicadas estão:

- multa;

- apreensão do produto;

- inutilização do produto;

- cassação do registro do produto junto ao órgão competente;

- proibição de fabricação do produto;

- suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;

- suspensão temporária de atividade; e

- cassação de licença do estabelecimento ou de atividade.


Incentivo


Para o deputado, a cobrança por um serviço que ainda não foi prestado ofende a seqüência natural das relações de consumo, em que o pagamento deve suceder à execução dos serviços. "Lamentavelmente, a pretexto de assegurarem suas reservas, vários hotéis obrigam o consumidor a depositar previamente os valores correspondentes à toda sua estada. Tal comportamento evidentemente destoa dos preceitos estabelecidos no Código de Defesa do Consumidor", afirma.

Edigar Mão Branca ressalta que a estipulação de regras que assegurem o respeito ao consumidor de produtos turísticos é um "mecanismo essencial para incentivar o turismo brasileiro - e, conseqüentemente, alavancar suas benéficas repercussões econômicas e sociais".

Ele lembra que o Brasil tem um imenso potencial turístico que é pouco explorado. O parlamentar cita o caso da Espanha, o segundo destino preferido no mundo, que recebeu em 2007 mais de 58 milhões de turistas. Portugal, por sua vez, recebeu no mesmo período 12 milhões de turistas, 7 milhões a mais que o Brasil.


Tramitação


O projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Turismo e Desporto; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Defesa do Consumidor; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Cadastro do Ministério do Turismo vai abranger restaurantes e centros de convenções


Se para alguns, férias, finais de semana e feriados prolongados são sinônimos de descanso e lazer, para o setor de turismo, essas datas se transformam em oportunidades de bons negócios.

Dados da Fundação Getúlio Vargas apontam que o faturamento do ramo em 2007 foi de R$ 34,1 bilhões, com crescimento de 14,8% em relação a 2006. Esses números são conseqüências de um fator: investimento. Para contribuir com o processo de organização das empresas e profissionais do setor, o Ministério do Turismo desenvolveu o sistema de Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos, Guias de Turismo e Bacharéis em Turismo (CADASTUR). A ferramenta on line, que continha as informações dos Meios de Hospedagem, Transportadoras Turísticas, Agências de Turismo, Organizadoras de Eventos, Parques Temáticos, Guias de Turismo e Bacharéis em Turismo, passará a integrar também, em breve, os restaurantes e os centros de convenções.

"Com a ampliação, pretendemos incluir todos os prestadores de serviços existentes da cadeia do turismo", afirma Ricardo Moesch, Coordenador Geral de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo. De dezembro a julho deste ano, o número de cadastrados no CADASTUR aumentou em 25% e alcançou a marca de 40 mil prestadores de serviço turísticos. Em breve, a quantidade deve crescer ainda mais, pois o Projeto de Lei do Turismo que está em tramitação na Câmara dos Deputados – já foi aprovada em primeira instância pela casa e pelo Senado – prevê que todos os prestadores de serviços do turismo participem do portal e dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor turístico. Os Órgãos Delegados de Turismo nos Estados estão sendo preparados para a grande demanda de cadastramento que será acarretada com a nova lei.

Outra novidade no CADASTUR que entra no ar em breve é o aprimoramento das ferramentas de navegação do portal. "O site ficará mais leve e trará mais informações sobre os prestadores de serviços do setor. As mudanças pretendem facilitar o acesso para os turistas, que costumam planejar detalhadamente as suas viagens e passeios", afirma Daniela Bitencourt, diretora superintendente do Instituto Marca Brasil, organização sem fins lucrativos focada na elaboração de pesquisas e no desenvolvimento de projetos que utilizam a tecnologia e a comunicação para o fortalecimento da Marca Brasil dentro e fora do Território Nacional.

E não são só os turistas que são beneficiados com o CADASTUR. Os cadastrados recebem apoio para participação em programas, eventos, feiras e ações do Ministério do Turismo e até acesso a fontes oficiais de financiamento. No mês de junho, as empresas cadastradas no portal participaram de rodadas de negócios no 3º Salão do Turismo, um evento que coloca na vitrine roteiros turísticos desenvolvidos segundo as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil. "Por meio da comunicação direta que o sistema proporciona, os cadastrados têm a oportunidade de se manter atualizados com o que acontece no mercado", acrescenta o Secretário Nacional de Políticas do Ministério de Turismo, Airton Pereira.

Ao ingressar no CADASTUR, os interessados podem participar de três programas vinculados ao Ministério do Turismo: o Viaja Mais Melhor Idade, o Vai Brasil e o Portal de Hospedagem. O primeiro programa facilita a inclusão social e incentiva o interesse das pessoas acima de 60 anos, aposentados e pensionistas pelo turismo. Já o Vai Brasil é um site (www.vaibrasil.com.br) que oferece pacotes de viagem em períodos de baixa ocupação. E o Portal de Hospedagem (www.portaldehospedagem.com.br) é o guia on line mais completo e reúne de forma organizada e simples informações sobre os meios de hospedagem do Brasil.

Para que o cadastro seja concluído, os interessados devem pagar um valor de serviço de R$100,00 ou, no caso dos Guias e Bacharéis de Turismo, o valor é R$10,00. As empresas que renovarem até a data limite de vencimento pagarão R$ 60,00.

Reconhecimento - O CADASTUR foi o vencedor do Ulysses Awards, prêmio da Organização Mundial do Turismo (OMT), na categoria Governo - Inovação em Turismo. Realizada em Madri, na Espanha, a premiação é concedida a projetos de instituições públicas, sem fins lucrativos e empresas turísticas em consideração à inovação e à aplicação do conhecimento na área.

O Negócio que acaba em pizza

O Negócio que acaba em pizza

Cada vez maior e mais profissional, o setor das pizzarias movimenta R$ 18 Bilhões por ano em todo o País



Uma mordida em um saboroso pedaço de pizza contribui, sem que o consumidor perceba, para impulsionar uma bilionária cadeia de produção de alimentos do País. Da farinha de trigo aos motoboys que as entregam em milhões de residências, as redondas movimentam uma indústria de cerca de R$ 18 bilhões por ano – mais do que o PIB da Nicarágua – e garantem milhares de empregos diretos em todo o Brasil. Trata-se de um mercado em expansão e bastante pulverizado. Somente em São Paulo, por exemplo, existem nada menos que seis mil pizzarias. Outros seis mil estabelecimentos, como padarias e lanchonetes, também produzem e vendem pizzas. A cadeia de produção da tradicional iguaria italiana emprega na cidade de São Paulo cerca de 100 mil pessoas, além de 12 mil pizzaiolos e 60 mil entregadores motorizados. Tudo para atender um consumo que chega a um milhão de pizzas por dia, segundo a Associação das Pizzarias Unidas – um número que corresponde a 10% de toda a população do município.

O impacto desse consumo, literalmente, de massa é sentido em várias regiões, no Brasil e no Exterior. O processo de produção da cadeia da pizza começa na área rural do País, nas plantações de tomates e produtoras de queijos, e nos campos de países como a Itália – de onde importamos alguns tipos de tomates – e a Argentina, de onde vem boa parte do trigo, principal matéria prima do setor. Nessa etapa, há números que movem os moinhos. Somente na Grande São Paulo são consumidas nove mil toneladas de farinha de trigo por mês. Por isso, os principais moinhos brasileiros decidiram lançar produtos específicos para os pizzaiolos. O São Jorge, por exemplo, lançou em julho a Farinha do Pizzaiolo, durante a Fispizza, a feira do setor que foi realizado no Anhembi, em São Paulo. “Trata-se de um produto com receita exclusiva, feito a partir de trigo selecionado e importado”, diz Tathiana Cristina, gerente de marketing da empresa. “O balanceamento dos ingredientes confere à massa maior elasticidade, produzindo uma pizza leve e crocante.” A Farinha do Pizzaiolo é vendida em embalagens de cinco quilos para facilitar o manuseio. “O mercado de pizzarias no Brasil tem crescimento acima de 5% em vendas”, diz ela.

Em paralelo com o crescimento, a principal tendência do setor é a profissionalização de toda a cadeia de produção, puxada por consumidores mais conscientes e exigentes. Isso explica o alto consumo de queijo tipo catupiry, produzido pela Laticínios Catupiry desde 1911. Empregado hoje em abundância nas receitas de pizza, o produto chegou ao País pelas mãos do italiano Mário Silvestrini e acabou ganhando concorrência de produtos similares que indevidamente usavam sua marca como um nome genérico. Hoje, a procura pela marca original está em alta. “O pessoal que trabalha com ingredientes de qualidade e no mercado formal está ganhando espaço”, diz

Francisco Protta, gerente comercial da Laticínios Catupiry, que prevê crescimento de até 10% no mercado em 2008. “É um dos ramos mais prósperos do segmento de Alimentação.” Todos os meses são consumidas no Estado de São Paulo 390 toneladas de catupiry por mês e no Estado do Rio de Janeiro, 240 toneladas por mês, informa a empresa. Ela acredita tanto no mercado de pizzas que desenvolveu e adotou uma embalagem de catupiry específica para pizzaiolos. É a Pratique, um cone de plástico que facilita a aplicação do produto nas pizzas.
Por conta da demanda crescente, já há até quem dê cursos para empreendedores e pizzaiolos dispostos a trabalhar no setor. Ronaldo Ayres, o “Senhor Pizza”, inaugurou em julho o Centro Tecnológico de Desenvolvimento de Pizzas e Massa, localizado no bairro da Casa Verde, em São Paulo, com o objetivo de formar mão-de-obra especializada. “Tem muita gente querendo abrir uma pizzaria no País, mas não sabe como fazer isso”, diz Ayres, que declara ter 420 pessoas inscritas para os primeiros cursos. “O ramo exige ambiente de bom gosto, qualidade no atendimento e no produto. Não é fácil.” Ayres confirma que a indústria ganhou sofisticação nos últimos anos, já que os fornecedores passaram a desenvolver produtos exclusivos. “Isto exige o emprego de tecnologia na hora de fazer a pizza”, diz Ayres. “Hoje usamos até gelo para adequar a temperatura de uma massa na batedeira.”

Dentro da cadeia de produção, ganha prestígio a figura do pizzaiolo, o chef responsável pelo preparo das pizzas. Um bom pizzaiolo tem emprego garantido e pode ganhar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês. O piauiense Luis Lopes de Macedo, 43 anos, pizzaiolo da Bráz Pizzaria, de São Paulo, confirma o aquecimento do setor. “Nunca fiquei desempregado”, conta ele, que chega a preparar até 300 pizzas por noite. Vinícius Casella Abramides, diretor da rede Bráz, formada por seis unidades, afirma que recebe entre 60 mil a 65 mil pessoas por mês – o que equivale a um estádio do Morumbi lotado. Segundo Abramides, a rede espera crescer 20% este ano em número de clientes. “Pizzaria é um negócio das áreas de alimentação e de entretenimento”, diz ele. “Por isso, o sucesso do produto.”

Uma das partes mais visíveis do mercado é a que anda sobre duas rodas: são os entregadores motorizados. Uma legião de 60 mil deles sai às ruas todas as noites em São Paulo, numa atividade em geral informal, mas que gera renda para milhares de famílias e abre as portas do mercado de trabalho para os jovens.

O paulista Robson Wilson Pazinato, 24 anos, trabalha como entregador há quatro anos na Didio. Ao lado de outros 12 colegas, chega a entregar até 270 pizzas em uma noite. “Este não é um trabalho fácil porque o maior movimento está nos fins de semana”, diz Pazinato, que em uma noite chega a ganhar até R$ 50 reais em gorjetas. O motoboy é um personagem tão crucial na indústria da pizza que vendedores de motocicletas estiveram entre os expositores da Fispizza, evento criado para fomentar negócios do setor. “A cidade só perde em consumo de pizzas para Nova ¥ork”, garante o empresário Caio de Alcântara Machado Júnior, presidente da AM3, empresa organizadora da feira. E quanto à qualidade? “Ah, em qualidade não. Aí estamos na frente”.

Bancos só vão financiar empreendimentos que forem sustentáveis, diz Minc


Os bancos privados brasileiros assinarão em setembro acordo em que se comprometem a fazer operações de crédito apenas com empreendimentos sustentáveis, disse nesta sexta-feira o Ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). O acordo será similar ao assinado nesta tarde entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Banco da Amazônia, o Banco do Nordeste e a CEF (Caixa Econômica Federal).

"Só vai ter crédito no Brasil quem tiver uma atividade que não polua o clima", disse Minc, em cerimônia de criação do Fundo da Amazônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do BNDES, no Rio, nesta sexta-feira.

Minc classificou a concessão de crédito como o "oxigênio" da preservação da Amazônia e disse que o instrumento "é mais poderosa que mil fuzis" no combate ao desmatamento. "Mais eficiente que botar 5 mil policiais federais ou agentes do Ibama é organizar as cadeias produtivas, dar sustentabilidade às cadeias da soja, da carne, da madeira, e dar o oxigênio disso tudo, que é o crédito. Esse é o instrumento poderosíssimo de defesa dos biomas, da biodiversidade".

Pelo protocolo assinado nesta tarde, os bancos públicos passarão a exigir, como requisito para financiamentos, que os empreendimentos tenham características de preservar o meio ambiente ou estimular projetos sustentáveis, de acordo com Minc. Em setembro, os bancos privados repetirão o gesto.

"A Febraban [Federação Brasileira dos Bancos] já enviou carta apoiando", afirmou o ministro, que elogiou os investimentos do governo Lula na pasta do Meio Ambiente. Lula, em discurso, defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. "É uma grande vantagem comparativa para a disputa global que o Brasil faz todos os dias, se nós tivermos com o cartão postal, como cartão de visita, as coisas boas que a natureza nos deu. Destruí-las será um instrumento contra o nosso país e nossos produtos".

Após acabar com declaração de isento, Receita estuda novas regras para IR


Depois de acabar com a declaração de isento em 2008, a Receita Federal estuda novas regras para a entrega do Imposto de Renda Pessoa Física a partir de 2009.

Com o fim da declaração de isento a partir deste ano, a Receita irá depender mais de outras informações para saber quem está obrigado a declarar seus rendimentos. Por isso, pretende ampliar as cláusulas de obrigatoriedade.

O superintendente nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, afirmou que o objetivo não é ampliar o número de contribuintes obrigados a entregar a declaração de ajuste do IR (aquela que gera restituição ou imposto a pagar). A intenção é fechar brechas que permitem ao contribuinte fazer grandes movimentações financeiras, por exemplo, mas não declarar sua renda ou patrimônio e assim pagar menos imposto.

"Para 2009 e 2010, vamos ampliar a obrigatoriedade de entrega do IR. A Receita pode criar obrigações acessórias dentro do limite da lei", afirmou Adir. "Eu acho que é a mesma pessoa que já estava obrigada a declarar por outra situação, mas eu só consegui enxergar isso pela movimentação financeira."

As novas regras ainda estão sendo definidas pela Receita e só devem ser conhecidas no próximo ano.



Isento



A Receita Federal vai acabar com a declaração de isentos. Hoje, cerca de 66 milhões de pessoa são obrigadas a entregar esse documento, sob pena de ter o seu CPF suspenso.

Com o aumento das formas de fiscalização da Receita, o órgão avalia que o sistema se tornou caro e desnecessário para o contribuinte e para o governo.

A expectativa agora é que caia o número de CPFs suspensos --somente aqueles que estão realmente irregulares e não aqueles de pessoas que esqueceram de fazer a declaração de isento. O número de suspensões deve cair de 7 milhões para no máximo 1 milhão, segundo previsão da Receita.

Os novos CPFs suspensos serão conhecidos entre janeiro e fevereiro de 2009, quando acabar o processamento das declarações entregues neste ano.

Quem já teve o CPF suspenso nos anos anteriores terá de regularizar a situação procurando a Receita, os Correios ou os bancos estatais (BB ou Caixa).

Receita fixará valor para obrigar isento com giro bancário elevado a declarar IR


A Receita Federal estuda novas regras para a entrega da declaração de ajuste anual do IR das pessoas físicas. Uma das mudanças será determinar que pessoas com movimentações bancárias elevadas serão obrigadas a declarar, mesmo que tenham rendimento igual ou inferior ao atual limite de isenção mensal, de R$ 1.372,81.

Os critérios mais rígidos serão adotados por causa do fim da declaração anual de isento, publicada ontem no "Diário Oficial" da União. Agora, só estarão sujeitos à suspensão do CPF o contribuinte não-isento que deixar de entregar a declaração de ajuste anual.

O supervisor nacional do IR, Joaquim Adir, disse que, na prática, pessoas com movimentação financeira alta já estão enquadradas nos outros requisitos de declaração anual. A mudança é uma ferramenta para inibir a sonegação fiscal.

"Ainda não sabemos qual será a movimentação mínima exigida. Mas não queremos um valor pequeno. Não é para fazer com que os contribuintes isentos sejam obrigados a declarar o IR", afirmou Adir.

Com o fim da CPMF, a Receita perdeu o mecanismo de fiscalização da movimentação bancária dos contribuintes. Para isso, o órgão publicou uma instrução normativa que obriga os bancos a repassarem ao fisco as informações de todos os correntistas que movimentarem mais de R$ 5.000 por semestre. Segundo Adir, a Receita está criando um programa para que os bancos repassem as informações de forma padronizada. Ele explicou que funcionará como a CPMF, mas sem a cobrança do extinto tributo do cheque.

A declaração de isento servia para a Receita controlar a situação fiscal de 68 milhões de contribuintes. Quando não era feita por um ano, o CPF ficava "pendente de regularização" na Receita. Depois de dois anos sem a declaração, o documento era suspenso.

Para regularizar a situação, era necessário pagar uma taxa de R$ 5,50 no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou nas agências dos correios.

Hoje, a Receita tem 38 milhões de CPFs suspensos e 10 milhões "pendentes". A cada ano, a lista de suspensos era acrescida em 7 milhões. Com o fim da declaração de isento, Adir estima que este número caia para apenas 300 mil.

Segundo Adir, as pessoas que já tiveram o CPF suspenso ou cancelado ainda precisam regularizar a situação fiscal. O fim da declaração de isento a partir deste ano não significa que a regularização será automática.

Segundo ele, a Receita vai identificar quem são os contribuintes que devem declarar, a partir do cruzamento de informações das empresas aos funcionários, registro de imóveis e registro de pagamento de aluguéis feitos pelas imobiliárias.

Pela primeira vez, o fisco vai entrar em contato também com a Previdência Social para obter registros de óbitos. Atualmente, a Receita acredita que 5 milhões dos CPFs suspensos sejam de pessoas mortas.

Chocolate ganha mais gordura e indústria economiza

A indústria de chocolates no Brasil resolveu aderir à estratégia do "põe mais água no feijão". Para reduzir custos - só o cacau teve alta de 45% neste ano, até ontem - os fabricantes aumentam o teor de gordura na formulação das guloseimas.

Por definição do Ministério da Agricultura, o chocolate produzido e comercializado no Brasil deve ter, no máximo, 5% de gordura vegetal e 25% de cacau, no mínimo. Esses percentuais foram definidos em setembro 2003, depois de mais de um ano de pressão da indústria, representada pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), que reúne as três maiores marca do mercado - Nestlé, Garoto e Kraft Foods (Lacta). O objetivo do lobby, na época, era reduzir de 32% para 28% o limite mínimo de cacau para os chocolate. Conseguiram chegar a 25%.

Em 2002, o que motivou a campanha por menos cacau era a recessão econômica que freava o consumo. O mercado brasileiro de chocolates, naquele ano, tinha um consumo interno máximo 125 mil toneladas. Hoje, a previsão é fechar 2008 com 136 mil toneladas, o mesmo patamar de 2007. O que assusta a indústria agora é a alta das commodities.

"Do início do ano para cá o preço da tonelada do cacau passou de US$ 2,2 mil para US$ 2,8 mil, chegando a um pico de US$ 3,2 mil em junho", diz Thomas Hartmann, produtor e um dos principais consultores do segmento cacaueiro. A causa da alta, segundo ele, é especulativa. "São os grandes fundos de investimentos que deixaram de aplicar em ativos financeiros para aumentar seu volume de investimentos em commodities, dentre elas o cacau", explica.

Para fugir do cacau mais caro, empresas como a Nestlé, anunciaram mudanças na fórmula de seus chocolates. No caso da multinacional suíça, toda linha de tabletes de 100 a 200 gramas mudou de fórmula. A Nestlé, por meio de sua assessoria de imprensa, nega que a causa seja reduzir custos.

Mas para o mestre chocolateiro Arlindo Pinheiro, a mudança tem sim a ver com o barateamento da produção. "Quando a empresa tira o leite 'in natura' e a lactose da fórmula de um chocolate e os substitui por leite em pó integral, soro de leite e gordura anidra de leite, está deixando o produto com menos cacau e mais gordura. É como se diluísse o chocolate", afirma ele, comparando os ingredientes de um produto da marca antes e depois da mudança. "Se o chocolate tem mais leite, necessariamente fica com menos cacau", endossa o consultor Hartmann.

Mas não é só mais leite que as novas fórmulas têm. A indústria achou uma nova maneira de interpretar a norma do nível máximo de 5% de gordura vegetal nos tabletes: a adição da gordura anidra de leite. O ingrediente, que antes não era usado no preparo das guloseimas, agora soma-se à gordura vegetal. "A gordura anidra de leite nada mais é que manteiga desidratada", explica o mestre chocolateiro.

Os fabricantes de chocolate não revelam quanto o custo de produção cai com as alterações. Mas a Abicab confirma que elas acontecem. "Cada indústria acha um meio de contornar a alta do cacau", diz Mauricio Weiand, presidente da divisão de chocolates da Abicab e gerente de exportações da Florestal Alimentos, detentora da marca de chocolates Neugebauer.

A argentina Arcor, por exemplo, adotou outra estratégia. Está lançando os tabletes "Butter Toffes" em embalagens de 25 gramas e preço sugerido de R$ 1,00 por unidade. Os tabletes dessa categoria geralmente custam R$ 1,50, mas pesam mais: entre 28 e 30 gramas. "Conseguimos um preço bem competitivo sacrificando nossa margem de lucro e desenhando um produto um pouco menor", avalia o diretor de marketing de chocolates e guloseimas da Arcor, Gabriel Porciani. A empresa, que tem 5% do mercado nacional, espera com a estratégia crescer sua participação. "A alta do cacau foi agressiva demais. Não há como repassar isso para o varejo. Quer fizer, vai perder vendas", afirma.

Turismo sustentável e desenvolvimento


É notório que o turismo é uma das atividades econômicas mais importantes do mundo, reflexo de sua elevada participação no PIB e do alto nível de empregabilidade do setor. Ultimamente, assuntos como meio-ambiente e sustentabilidade têm ocupado grandes pautas dos meios de comunicação no Brasil e no mundo. No Brasil, o grande número de turistas que buscam práticas de diversão no ecoturismo fez com que o turismo sustentável começasse a tomar maiores proporções, atingindo uma importante parcela da população. Neste contexto, cabe um breve release sobre o turismo sustentável como fator de desenvolvimento nacional, podendo ser uma fonte importante de receitas para o País, além, é claro, de ter reflexos positivos no âmbito social.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) foi a precursora no assunto, aplicando os princípios do desenvolvimento sustentável no turismo em seus projetos, definindo-o da seguinte forma: “O desenvolvimento do turismo sustentável atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro. É visto como um dos condutores do gerenciamento de todos os recursos, de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e estéticas possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantem a vida”. Em resumo, o turismo sustentável deve ser entendido como uma atividade econômica lucrativa, que leva em consideração o cuidado com o meio ambiente, sem a subtração ou depreciação de recursos naturais.

Segundo projeções da própria OMT, espera-se que as chegadas internacionais de turistas atinjam 1,6 bilhão em 2020, sendo que 1,2 bilhão serão provenientes de vôos intraregionais e 400 milhões se darão por meio de viagens transcontinentais, o que geraria um enorme fluxo de turistas estrangeiros.


As estatísticas indicam que os três maiores pólos receptivos de turistas serão a Europa (717 milhões), Ásia do Leste e Pacífico (397 milhões) e as Américas (282 milhões), seguidos pela África, Oriente Médio e pela Ásia do Sul. Projeta-se para 2020 que na Ásia do Leste e Pacífico, no Oriente Médio, Ásia do Sul e na África, haverá um crescimento nas chegadas de turistas em torno de 5%, índice acima da média de crescimento do turismo mundial, de 4,1%. As regiões mais maduras, como a Europa e as Américas, demonstraram taxas de crescimento mais baixas que a média mundial, especialmente porque as bases de comparação são elevadas.

Somente no ano de 2007, a OMT contabilizou um fluxo de turistas internacionais da ordem de 900 milhões, com crescimento de 6% em relação ao ano de 2006, conforme pode ser visto no gráfico abaixo.

Com números desta proporção, é natural que surja a preocupação com o futuro do turismo mundial e seus impactos sobre o meio ambiente, seja na natureza ou na cultura local. Se o turismo atua como instrumento transformador de desigualdades econômicas e sociais, promove a criação de emprego e renda, é também verdade que, mal planejado, traz custos econômicos, sociais e ambientais significativos. Ultimamente, o conceito do “ecologicamente correto” ultrapassa as barreiras sócio-econômicas, não estando restrito aos ecologistas idealistas. Entretanto, ainda existe uma enorme distância entre a realidade e a propaganda verde. É preciso estreitar a relação entre turista, trade turístico e turismo sustentável para que realmente haja uma minimização sobre os impactos no meio. Para as entidades ligadas ao meio ambiente, o apoio do trade turístico na promoção do turismo sustentável é indispensável para a eficácia das ações. As ações de conscientização ambiental devem ser disseminadas também pela comunidade local, responsável pela recepção dos turistas. A cooperação entre todos esses parceiros é essencial para a conquista do turismo próspero e sustentável, que melhore a qualidade de vida local.

De acordo com o Secretário-Geral da OMT, Francesco Frangialli, o turismo também é responsável pelo aquecimento global, contribuindo com cerca de 5% das emissões de gases que causam o efeito estufa. A flexibilização nos preços das companhias aéreas associada a outros fatores como a expansão do crédito no Brasil, por exemplo, impactou na escolha dos turistas sobre o meio de transporte. Ainda de acordo com a OMT, 50% dos 898 milhões de turistas de 2007 escolheram o avião como meio de transporte para suas viagens, este, por sua vez, responsável por 40% das emissões de CO2 provenientes do turismo. Entretanto, com o preço do petróleo em alta, as empresas aéreas brasileiras já começaram a repassar os reajustes, elevando em até 200% os preços de alguns trechos, tornando as viagens cada vez mais onerosas, já que o custo com combustível significa 45% das despesas de uma empresa aérea. Além de culpado, o turismo também é vítima do aquecimento global na medida em que altera temperaturas e paisagens de determinados pontos turísticos, fundamentais na escolha daquele destino.

Outros fatores que merecem destaque são as questões no âmbito social. Além da depreciação e do esgotamento dos recursos naturais, questões como trabalho infantil, prostituição, exploração sexual, violência e abandono das culturas tradicionais também devem integrar este debate.

O turismo sustentável não deve atuar de forma a limitar o número de viagens para determinadas localidades, reduzindo o fluxo de turistas, como ocorre hoje em algumas regiões. É evidente que o turismo tem a capacidade de modificar a paisagem natural do local, levando muitos governos a adotarem medidas de proteção ambiental. Entretanto, o turismo pode ser benéfico em outros pontos, caso haja cuidado no planejamento das atividades e do fluxo de turistas. Muitas vezes, o turismo atua diretamente no desenvolvimento de algumas atividades, promovendo a sustentabilidade de determinada região, e na preservação do patrimônio histórico e cultural de determinada localidade. O turismo sustentável está calcado no tripé crescimento econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. Sem um destes pilares, não há a caracterização do turismo sustentável.

Em termos gerais, o turismo é um setor econômico importante no tocante ao faturamento e ao número postos de trabalho. Neste contexto, o turismo sustentável demonstra ser fundamental para que o turismo atue como grande agente de fomento econômico para diversas localidades, promovendo a inclusão social e a preservação do meio ambiente. Entretanto, de nada adianta os esforços da sociedade local, das entidades representantes do turismo e dos órgãos governamentais se não houver a contrapartida do próprio turista, a conscientização dos visitantes em preservar o ambiente, respeitar os costumes locais e não adquirir objetos sacros ou animais clandestinos. Desta forma, o turismo nacional e as empresas ligadas a ele só têm a ganhar com o desenvolvimento do setor.