Olimpíadas: hotéis de Pequim têm demanda abaixo da esperada e Brasil promove candidatura do Rio de Janeiro na China
De acordo com projeções das autoridades chinesas, eram aguardados 450 mil turistas estrangeiros na China em razão dos Jogos Olímpicos, o que movimentaria cerca de US$ 450 milhões no período. Isso sem falar no turismo doméstico, que, de acordo com previsões, deveria injetar na economia mais US$ 300 milhões.
Entretanto, com o passar das semanas, os hotéis do país continuavam a registrar baixas taxas de ocupação, reflexo dos elevados preços praticados pelo segmento. Alguns meios de hospedagem chegaram a mais que duplicar o preço nesta temporada, aguardando os turistas ávidos por consumo. Os estabelecimentos que esperavam aumentar as vendas e o lucro durante as Olimpíadas ficaram desapontados com o pequeno número de visitantes. A expectativa era de reversão deste quadro desfavorável ao setor hoteleiro, que chegou a baixar os preços nas últimas semanas antes do evento, visando à atração dos turistas.
Parece que somente esta medida não foi suficiente para levar turistas à China. De acordo com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim, o desempenho abaixo do esperado se deve às dificuldades na compra de ingressos, além da burocracia envolvida no processo de obtenção de visto, dificultada devido aos temores em relação a atentados terroristas. Os diversos protestos favoráveis à independência do Tibete ocorridos ao redor do mundo, e, vale destacar a passagem catastrófica da tocha olímpica por Londres e Paris, também colaboraram para dificultar a aquisição do visto chinês, além, é claro, da deterioração da imagem do país frente à opinião pública mundial.
Há de se ressaltar que no último ano verificou-se um boom no setor de construção civil chinês, especialmente na área de hotelaria, o que elevou a oferta de quartos. De acordo com a Secretaria de Turismo de Pequim existem, provavelmente, cerca de 20 hotéis a mais na cidade que no ano passado. Também convém destacar o alto nível de poluição atmosférica da capital chinesa, o que também atua como empecilho na atração de turistas estrangeiros.
A situação é melhor para os hotéis de luxo. Esta categoria está com 80% de lotação, enquanto os de tarifas medianas não chegam nem a 50% de taxa de ocupação. Já os hotéis mais baratos registram ocupação de apenas 10%, o que não preocupa as autoridades locais, que alegam que este tipo de hospedagem é destinado aos turistas chineses, que não têm o hábito de realizar reservas.
Apesar de todos estes contratempos, o governo brasileiro, através dos ministérios do Turismo e Esportes, Secretaria de Comunicação da Presidênca (Secom), Embratur e Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), investiu R$ 10,4 milhões na instalação da “Casa Brasil”, que, além de ser um espaço de entretenimento, auxiliará, também, na promoção do Brasil como destino turístico para os chineses. Desta forma, o Brasil também já acelera sua campanha de divulgação da candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, onde concorrem também Chicago, Tóquio e Madri.
Vale lembrar que, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2010 a expectativa é de que a China irá superar os Estados Unidos e Espanha, subindo para o segundo lugar no ranking de destinos turísticos internacionais mais procurados, atrás apenas da França.
Já o ministério do Turismo está de olho nos viajantes chineses, já que a previsão de que a China será, em 2018, um dos principais países a enviar turistas para todo o mundo.O ministério montou uma agenda de atividades específica para agentes do setor, de 11 a 15 de agosto.
Um comentário:
Olá, gostei muito do seu blog.
Parabéns!
Um abraço
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