Os executivos da aviação geral encontraram mais um apelo para tentar convencer o governo a autorizar a construção do terceiro aeroporto em São Paulo. Fizeram contas que indicam a incapacidade de a estrutura aeroportuária receber todos os vôos de turistas estrangeiros na Copa do Mundo em 2014.
Ainda há tempo para construir um aeroporto no Estado de São Paulo e fazer as ampliações necessárias nos demais, alerta o grupo ligado à Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). A direção diz ter contatos semanais com as autoridades para alertar sobre o caos que está por vir, não apenas por conta de eventos de grande movimento, como a Copa do Mundo, mas também como resultado do iminente crescimento da frota de aeronaves no país.
As projeções da Abag indicam um aumento da frota de aeronaves executivas das atuais 1,5 mil para 1,950 mil, em 2010. A expectativa se sustenta no crescimento econômico e na descentralização da atividade econômica no país. O presidente da entidade, Rui Aquino, também presidente da Táxi Aéreo Marília, do grupo TAM, aponta a internacionalização de empresas como a InBev e a crescente necessidade dos empresários de contar com avião próprio para ganhar agilidade nas viagens como fatores que vão sustentar o crescimento.
Para a entidade, a alta do petróleo provocará, cada vez mais, o enxugamento no número de rotas da aviação comercial, abrindo espaço para a aviação executiva. Hoje, dos 5.563 municípios brasileiros, apenas 140 contam com serviço aéreo regular. No entanto, afirmam os executivos do setor, metade das cidades brasileiras têm algum tipo de pista de pouso.
Para convencer o governo sobre a necessidade de melhorar a infra-estrutura antes da Copa do Mundo, a entidade preparou algumas estimativas. A principal delas é que os jogos de futebol recebam 500 mil turistas estrangeiros. Cada um deverá se locomover de seis a 14 vezes dentro do país, o que deverá somar 4 milhões de viagens em um mês de Copa, volume equivalente ao número de embarques mensal no país hoje. Ou seja, o movimento vai dobrar. O colapso nos aeroportos no país do futebol também afetará a aviação executiva, segundo os executivos da Abag. Eles lembram que os fanáticos de maior poder aquisitivo podem querer utilizar aviões próprios para acompanhar as partidas em diversos estados.
A entidade calcula que a construção de um aeroporto levaria, em média, pelo menos seis anos. Assim, o país já estaria dois anos atrasado para atender ao aumento de demanda. "Mas se houver vontade política é possível resolver o problema antes", afirma Aquino. O executivo lembra que o governo não preciosa se preocupar com dinheiro, já que "há inúmeros investidores e construtoras" esperando apenas um sinal verde para erguer um novo aeroporto em São Paulo. Aquino prefere não citar qual região do Estado, na opinião do setor, deveria receber o terceiro aeroporto. Ele diz ainda que não basta atender à demanda de São Paulo. O aeroporto do Galeão, no Rio, por exemplo, não está, segundo ele, preparado para receber a aviação executiva. Falta construir infra-estrutura de hangares e pontos de atendimento. O executivo afirma ainda que o mesmo ocorre em Pampulha, em Belo Horizonte.
Embora sem o mesmo poder das grandes companhias da aviação comercial, a aviação geral pretende mostrar força com os números da sua frota. Do total de 11 mil aeronaves existentes no país hoje, 10,650 mil pertencem à aviação geral. Desse total, 1,650 são aeronaves executivas, incluindo os helicópteros.
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