01/05/2007 13:31:37 - Redação Gazeta Rádios e Internet
Letícia Cardoso
Os devotos de Nossa Senhora Aparecida não medem esforços para homenagear e agradecer as graças alcançadas por meio da fé à santa padroeira do Brasil. Nesta terça-feira, feriado do Dia do Trabalho, 20 cavaleiros capixabas deixaram a cidade de Vitória com destino à Aparecida do Norte, em São Paulo. Um viagem de 930 km que será realizada em 25 dias.
Para o longo percurso, os cavaleiros escolheram mulas e burros que são mais resistentes a cavalgadas de maior distância. Cada um dos participantes também levou um animal a mais para que possam ser revesados durante a viagem. Nos próximos 25 dias, os devotos de Nossa Senhora Aparecida vão realizar 50 paradas, sendo duas por dia. Uma para almoço e outra para o pernoite.
Um dos organizadores da cavalgada, o padre Francisco de Mello, da paróquia São Francisco de Assis, em Vitória, contou que a cada parada os participantes vão plantar uma muda de árvore. O ato simbólico marcará os trabalhos da Igreja Católica que, este ano, vem ressaltando a necessidade de preservação da Amazônia e de todas as matas brasileiras, através da Campanha da Fraternidade.
"Essa é uma romaria de fé. Saímos da Catedral Metropolitana de Vitória com uma oração da Ave Maria em louvor à Nossa Senhora Aparecida. Estaremos levando 50 plantas, mudas de árvores, para plantar em cada parada. São cerca de 50 paradas. Com isso vamos recuperar e mostrar para as pessoas o tema da Campanha da Fraternidade "Missão Nesse Chão", que é tão importante para nós e a natureza", explica padre Francisco.
Durante a romaria os cavaleiros vão adotar as mesmas técnicas utilizadas pelos tropeiros, pessoas que conduzem gados de um Estado para outro. A comida será feita em um fogão a lenha improvisado. Redes e esteiras servirão para o descanso. Os cavaleiros também prometem cumprir todo o trajeto vestidos a caráter: com botas e o tradicional chapéu que traz a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Um dos participantes da cavalgada, o agricultor Lauro Lopes, de 59 anos, contou que essa é a terceira vez que participa da romaria a cidade de Aparecida. Ele, que é morador de Conceição do Castelo, no Sul do Estado, afirmou que o ingrediente fundamental para aguentar os 930 km será a fé na santa padroeira do Brasil.
"Faremos essa cavalgada com muita fé e com o objetivo de resgatar uma tradição cultural brasileira, o transporte feito por animal. Com fé iremos pedir à Nossa Senhora Aparecida uma atenção especial para nosso Estado e nossos jovens, que são os mais atingidos pelos males do mundo das drogas e da violência urbana", ressaltou o agricultor.
Para auxiliar na viagem, dois carros de apoio seguem os romeiros, transportando água, comida, medicamentos e acessórios para os animais, como selas e ferraduras. A cavalgada é composta somente por homens. Apenas duas mulheres participam da romaria acompanhando os maridos, nos carros de apoio. Elas vão ajudar na preparação da comida. A agricultora Maria Célia Maretto, mulher de um dos participantes, conta que também pretende agradecer à Nossa Senhora Aparecida por todos os pedidos realizados.
Romeiros fazem uma parada em Viana
Esta é a quinta vez que os romerios fazem a cavalgada entre Vitória e Aparecida. Todos têm experiência com trajetos de longa distância e a maioria é do interior do Estado, sendo que apenas quatro deles residem na Grande Vitória.
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