Irmã Célia Cadorin também postulou causa da Madre Paulina, canonizada em 2002.
Para defender Frei Galvão, mergulhou na vida do religioso desde 1991.
Para a irmã Célia Cadorin, responsável por defender no Vaticano o processo de canonização de Frei Galvão (1739-1822), o anúncio de que a canonização vai ocorrer no Brasil é um belo desfecho para um processo que ela considera sem precedentes. "Foi muito rápido. Fazer uma beatificação entre 1991 e 2007 é uma raridade", disse a irmã ao G1. A irmã Célia dedicou, no entanto, 15 anos de trabalho - e investiu cerca de R$ 350 mil - no projeto.
Irmã Célia passou mais de duas décadas dos seus 60 anos de vida religiosa na defesa da canonização de religiosos. O primeiro sucesso foi a canonização da ítalo-brasileira Madre Paulina, com a qual ela esteve envolvida entre 1982 e 2002. Para defender Frei Galvão, mergulhou na vida do religioso desde 1991. O primeiro passo foi avaliar a vida do santo. Depois de verificar o potencial da causa, entrou com um processo de reconhecimento da santidade no Vaticano.
Para pagar as despesas com viagem, hospedagem em Roma, laudos de médicos e de teólogos exigidos no processo, Célia contou com doações recebidas pelas irmãs que cuidam do Mosteiro da Luz, no Centro, erguido pelo próprio religioso. Até hoje as religiosas mantêm a distribuição de pequenas pílulas de papel com uma oração escrita. A maioria das doações é de 50 centavos ou R$ 1,00. “As irmãs guardam sagradamente”, comenta.
De acordo com os registros históricos e a pesquisa da defensora, essas pílulas foram inventadas pelo frei e utilizadas nos milagres. "A primeira vez que teria ocorrido um milagre foi em uma viagem a pé de ida e volta ao Rio de Janeiro. Ele encontrou uma pessoa com dores no caminho. Deu a pílula e a pessoa acabou expelindo os cálculos renais que o incomodavam", conta a irmã.
Além de ser o principal patrocinador da defesa da canonização, o mosteiro paulistano também foi a grande referência de Célia na pesquisa de dados sobre o frei. Outros pontos de pesquisa foram o Santuário Nacional de Aparecida, o Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo e o Arquivo da Província dos Frades Franciscanos. "O processo de canonização é muito, muito rigoroso. É preciso documentar cada passo", afirma.
O frei, que viveu até os 13 anos em Guaratingueta, morou 60 anos em São Paulo, boa parte no convento do Largo de São Francisco, no Centro. Segundo a irmã, nos últimos anos de vida ele viveu em uma pequena casa na área do Mosteiro da Luz. Com o agravamento do seu quadro de saúde, passou o último período da sua vida em um quarto improvisado atrás do altar da capela do convento. Segundo Célia, esse período pode ter durado meses ou até dois anos.
A "advogada" de Frei Galvão afirma que o estudo dos detalhes da vida dos candidatos a santo é também uma forma de crescimento pessoal. “Às vezes eu choro de ver como Deus faz a santidade, a fé destas pessoas. Deus se serve dos homens para manifestar sua bondade. Os santos são isso. Eu me envergonho porque não chego nem aos pés deles”, comenta.
santos
Na canonização de Madre Paulina, no Vaticano, o Papa João Paulo II afirmou que o Brasil precisava de muitos santos. Célia garante que há muitos e justifica o fato do país não ter seus representantes por causa dos mitos que envolvem o processo. O primeiro é de que é preciso muito investimento. “É caro, mas não é o fim do mundo.” O segundo motivo é a falta de conhecimento dos detalhes. “Quando não se conhece um trabalho, é normal ter medo”, comenta.
Atualmente, Célia coloca seu conhecimento de teologia e da línguas latinas na assessoria de outros postuladores. Ela lembra que o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom José Saraiva Martins, Brasil e Portugal têm juntos 60 causas em andamento no Vaticano. Segundo a religiosa, o processo de Irmã Dulce deve ocorrer nos próximos anos. “Está adiantadíssimo. Ela seria nosso equivalente a Madre Teresa de Calcutá.”
Para defender Frei Galvão, mergulhou na vida do religioso desde 1991.
Para a irmã Célia Cadorin, responsável por defender no Vaticano o processo de canonização de Frei Galvão (1739-1822), o anúncio de que a canonização vai ocorrer no Brasil é um belo desfecho para um processo que ela considera sem precedentes. "Foi muito rápido. Fazer uma beatificação entre 1991 e 2007 é uma raridade", disse a irmã ao G1. A irmã Célia dedicou, no entanto, 15 anos de trabalho - e investiu cerca de R$ 350 mil - no projeto.
Irmã Célia passou mais de duas décadas dos seus 60 anos de vida religiosa na defesa da canonização de religiosos. O primeiro sucesso foi a canonização da ítalo-brasileira Madre Paulina, com a qual ela esteve envolvida entre 1982 e 2002. Para defender Frei Galvão, mergulhou na vida do religioso desde 1991. O primeiro passo foi avaliar a vida do santo. Depois de verificar o potencial da causa, entrou com um processo de reconhecimento da santidade no Vaticano.
Para pagar as despesas com viagem, hospedagem em Roma, laudos de médicos e de teólogos exigidos no processo, Célia contou com doações recebidas pelas irmãs que cuidam do Mosteiro da Luz, no Centro, erguido pelo próprio religioso. Até hoje as religiosas mantêm a distribuição de pequenas pílulas de papel com uma oração escrita. A maioria das doações é de 50 centavos ou R$ 1,00. “As irmãs guardam sagradamente”, comenta.
De acordo com os registros históricos e a pesquisa da defensora, essas pílulas foram inventadas pelo frei e utilizadas nos milagres. "A primeira vez que teria ocorrido um milagre foi em uma viagem a pé de ida e volta ao Rio de Janeiro. Ele encontrou uma pessoa com dores no caminho. Deu a pílula e a pessoa acabou expelindo os cálculos renais que o incomodavam", conta a irmã.
Além de ser o principal patrocinador da defesa da canonização, o mosteiro paulistano também foi a grande referência de Célia na pesquisa de dados sobre o frei. Outros pontos de pesquisa foram o Santuário Nacional de Aparecida, o Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo e o Arquivo da Província dos Frades Franciscanos. "O processo de canonização é muito, muito rigoroso. É preciso documentar cada passo", afirma.
O frei, que viveu até os 13 anos em Guaratingueta, morou 60 anos em São Paulo, boa parte no convento do Largo de São Francisco, no Centro. Segundo a irmã, nos últimos anos de vida ele viveu em uma pequena casa na área do Mosteiro da Luz. Com o agravamento do seu quadro de saúde, passou o último período da sua vida em um quarto improvisado atrás do altar da capela do convento. Segundo Célia, esse período pode ter durado meses ou até dois anos.
A "advogada" de Frei Galvão afirma que o estudo dos detalhes da vida dos candidatos a santo é também uma forma de crescimento pessoal. “Às vezes eu choro de ver como Deus faz a santidade, a fé destas pessoas. Deus se serve dos homens para manifestar sua bondade. Os santos são isso. Eu me envergonho porque não chego nem aos pés deles”, comenta.
santos
Na canonização de Madre Paulina, no Vaticano, o Papa João Paulo II afirmou que o Brasil precisava de muitos santos. Célia garante que há muitos e justifica o fato do país não ter seus representantes por causa dos mitos que envolvem o processo. O primeiro é de que é preciso muito investimento. “É caro, mas não é o fim do mundo.” O segundo motivo é a falta de conhecimento dos detalhes. “Quando não se conhece um trabalho, é normal ter medo”, comenta.
Atualmente, Célia coloca seu conhecimento de teologia e da línguas latinas na assessoria de outros postuladores. Ela lembra que o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom José Saraiva Martins, Brasil e Portugal têm juntos 60 causas em andamento no Vaticano. Segundo a religiosa, o processo de Irmã Dulce deve ocorrer nos próximos anos. “Está adiantadíssimo. Ela seria nosso equivalente a Madre Teresa de Calcutá.”
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