Para presidente do Sinhores Aparecida e Vale Histórico, tombamento representa certificação da fé
Nicho de Nossa Senhora Aparecida na Matriz Basílica Velha |
A imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que está no Santuário Nacional, foi reconhecida como patrimônico histórico e cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Confephaat). Além da imagem o organismo tombou o prédio do Seminário Bom Jesus.
O historiador especializado em arte sacra e livre-docente da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Percival Tirapeli, recebeu com satisfação a notícia do tombamento da imagem de Nossa Senhora Aparecida e
acredita que o próximo passo seja o reconhecimento em nível nacional,
pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Tirapeli
foi um dos profissionais que averiguaram tanto a imagem como o Seminário durante o processo que precedeu a deliberação do tombamento. Ele elogiou o estado de conservação da imagem e atribui o fato ao zelo com que os missionários redentoristas cuidam da obra.
O historiador disse ainda que a aprovação do tombamento é o reconhecimento de uma obra de arte de grande valor histórico e cultural e que agrega também o aspecto devocional, imbuído na cultura do povo brasileiro e incentivado pelas autoridades desde a época do império.
O presidente do Sinhores Aparecida e Vale Histórico, Ernesto Elache, diz que o ato é uma iniciativa bem vinda. "O tombamento da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é visto com grande apreço, pois para nós católicos, é uma certificação de fé", afirmou.
Na avaliação dele, o tombamento deve contribuir para a criação de um novo perfil de turistas em Aparecida, como historiadores, artistas plásticos e restauradores. Ele acredita que essas pessoas deverão vir à cidade não apenas em função da fé, mas para estudar e conhecer de perto os aspectos históricos, artísticos e culturais que envolvem a Padroeira do Brasil.
Patrimônio histórico
O tombamento é um ato administrativo promovido pelo poder público como objetivo de preservar bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e até
afetivo. A ação visa impedir que o objeto tombado venha a ser destruído ou descaracterizado.
O ato considera como patrimônio de interesse público a imagem, a coroa e o manto, que não poderão ser removidos do Santuário Nacional sem que haja autorização do Condephaat.
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada nas águas do rio Paraíba por três pescadores, em 1717. Após o resgate, foi instalada na vila dos pescadores e ganhou devoção popular, que vem aumentando até hoje. Em 1888, recebeu uma coroa de ouro e diamantes e um manto azul, que foram oferecidos pela Princesa Isabel.
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