A importância da acessibilidade no turismo
(por Ricardo Caro *)
Artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo – Cad. Viagem – 18-09-07
Nova York, cidade de imponentes prédios como o Empire State. Ali perto, com enorme felicidade estampada no rosto, um humilde garoto acompanha a inauguração de outro megaedifício no centro na cidade . Intrigado com a euforia do menino, um homem aproxima-se e questiona tamanha felicidade. "Fui um dos responsáveis por construir este prédio. Há dois anos havia aqui um comitê de pessoas importantes. Uma banda de música se exibia enquanto um locutor pedia contribuições para erguer este prédio. Então, fui em casa, abri meu cofrinho e trouxe minhas moedas. Assim, ajudei a construir este enorme edifício."
Como o garoto da história, que tinha plena convicção da importância de sua participação na construção do prédio, eu acredito que posso colaborar para realizar um sonho de pessoas anônimas, com deficiências físicas. Empresário há mais de vinte anos no segmento turístico, vislumbro proporcionar atendimento especial a grupos de deficientes auditivos, visuais e cadeirantes.
Assim como existem serviços turísticos especializados para os públicos de terceira idade e GLS, quero ver atendidas as pessoas com necessidades especiais num passeio turístico ao exterior.
De acordo com os últimos dados do IBGE, cerca de 25 milhões de brasileiros, ou 14,5% da população, possuem algum tipo de deficiência. Desse universo, apenas 4% têm acesso aos serviços especiais, o que mostra que a grande maioria sofre com a exclusão social. Unir esforços é a única maneira de acabarmos com essa difícil condição.
Mas é preciso também que o governo brasileiro faça a sua parte, promovendo políticas públicas voltadas exclusivamente à acessibilidade. O sucesso de nossos atletas do Parapan, realizado no Rio no mês passado, prova o poder de superação dos portadores de necessidades especiais. Eles, no entanto, não são os únicos vencedores. Diariamente, temos "medalhistas" superando muitas dificuldades cotidianas, que poderiam desaparecer com a adoção de medidas simples.
Eu já levei diversos grupos de empresários a negócios ao redor do mundo, mas nunca presenciei um grupo de portadores de necessidades especiais visitando pontos turísticos em outros países. Imagino a felicidade dessa turma visitando o Museu do Louvre e a Catedral de Notre Dame, em Paris, ou ainda a Estátua da Liberdade, em Nova York.
Tenho esse sonho e ainda não o realizei porque acreditava ser um "sonho impossível". Agora, vivo outra realidade. Ao lançar a Casatur, um shopping inédito de turismo, faço o convite e convoco empresas e empresários do trade. Meu empreendimento vai reunir os principais serviços para os consumidores - passagens, pacotes, hospedagem e locação de veículos, além de postos de documentação (como passaporte e vacinas) e casas de câmbio.
Ofereço espaço gratuito por seis meses a quem se dispuser, de fato, a atender esse público tão esquecido ou ignorado, e que sofre com a carência da acessibilidade nos destinos e atrações turísticas. Se puder proporcionar pacotes gratuitos para os mais necessitados, ainda melhor. Estou otimista e me sinto como aquele menino que, com suas moedinhas, ajudou a construir um sonho . (* Ricardo Caro Sócio-diretor da Casatur e da Regina Caro Personal Traveller)
(por Ricardo Caro *)
Artigo publicado no Jornal O Estado de São Paulo – Cad. Viagem – 18-09-07
Nova York, cidade de imponentes prédios como o Empire State. Ali perto, com enorme felicidade estampada no rosto, um humilde garoto acompanha a inauguração de outro megaedifício no centro na cidade . Intrigado com a euforia do menino, um homem aproxima-se e questiona tamanha felicidade. "Fui um dos responsáveis por construir este prédio. Há dois anos havia aqui um comitê de pessoas importantes. Uma banda de música se exibia enquanto um locutor pedia contribuições para erguer este prédio. Então, fui em casa, abri meu cofrinho e trouxe minhas moedas. Assim, ajudei a construir este enorme edifício."
Como o garoto da história, que tinha plena convicção da importância de sua participação na construção do prédio, eu acredito que posso colaborar para realizar um sonho de pessoas anônimas, com deficiências físicas. Empresário há mais de vinte anos no segmento turístico, vislumbro proporcionar atendimento especial a grupos de deficientes auditivos, visuais e cadeirantes.
Assim como existem serviços turísticos especializados para os públicos de terceira idade e GLS, quero ver atendidas as pessoas com necessidades especiais num passeio turístico ao exterior.
De acordo com os últimos dados do IBGE, cerca de 25 milhões de brasileiros, ou 14,5% da população, possuem algum tipo de deficiência. Desse universo, apenas 4% têm acesso aos serviços especiais, o que mostra que a grande maioria sofre com a exclusão social. Unir esforços é a única maneira de acabarmos com essa difícil condição.
Mas é preciso também que o governo brasileiro faça a sua parte, promovendo políticas públicas voltadas exclusivamente à acessibilidade. O sucesso de nossos atletas do Parapan, realizado no Rio no mês passado, prova o poder de superação dos portadores de necessidades especiais. Eles, no entanto, não são os únicos vencedores. Diariamente, temos "medalhistas" superando muitas dificuldades cotidianas, que poderiam desaparecer com a adoção de medidas simples.
Eu já levei diversos grupos de empresários a negócios ao redor do mundo, mas nunca presenciei um grupo de portadores de necessidades especiais visitando pontos turísticos em outros países. Imagino a felicidade dessa turma visitando o Museu do Louvre e a Catedral de Notre Dame, em Paris, ou ainda a Estátua da Liberdade, em Nova York.
Tenho esse sonho e ainda não o realizei porque acreditava ser um "sonho impossível". Agora, vivo outra realidade. Ao lançar a Casatur, um shopping inédito de turismo, faço o convite e convoco empresas e empresários do trade. Meu empreendimento vai reunir os principais serviços para os consumidores - passagens, pacotes, hospedagem e locação de veículos, além de postos de documentação (como passaporte e vacinas) e casas de câmbio.
Ofereço espaço gratuito por seis meses a quem se dispuser, de fato, a atender esse público tão esquecido ou ignorado, e que sofre com a carência da acessibilidade nos destinos e atrações turísticas. Se puder proporcionar pacotes gratuitos para os mais necessitados, ainda melhor. Estou otimista e me sinto como aquele menino que, com suas moedinhas, ajudou a construir um sonho . (* Ricardo Caro Sócio-diretor da Casatur e da Regina Caro Personal Traveller)
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