terça-feira, 16 de setembro de 2008

Importância da infra-estrutura no desenvolvimento do turismo


É notório que o turismo brasileiro tem registrado taxas de crescimento elevadas, com expansão nas receitas advindas da atividade. Todavia, para que o setor cresça de forma sustentada faz-se necessário um plano de desenvolvimento coerente e eficaz no âmbito da infra-estrutura. Considera-se como infra-estrutura do apoio ao turismo o conjunto dos estabelecimentos e serviços que dão suporte à atividade turística através do atendimento direto ao visitante. Trata-se dos meios de hospedagem e alimentação, agenciamento turístico, lazer, compras e entretenimento, aviação (através de melhorias nos aeroportos) e infra-estrutura urbana. Integrados ao conjunto da infra-estrutura urbana, constituem, em parte, a força de atração de uma determinada localidade.

Somente o caráter social e multiplicador de empregos já seriam suficientes para fazer do turismo um setor extremamente importante em termos de investimentos e desenvolvimento econômico. Além disso, o setor também tem papel importante na atração de recursos para o Brasil. Somente no mês de junho, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil atingiram US$ 426 milhões, valor 25% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 341 milhões). Este foi o melhor mês de junho de toda a série histórica do índice, iniciada em 1969. No primeiro semestre do ano, o valor acumulado foi de US$ 2,90 bilhões, ou seja, um aumento de cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2007, tido, até então, como patamar recorde de toda a série histórica, quando os gastos de turistas estrangeiros no País atingiram US$ 2,44 bilhões. Cabe destacar que o valor alcançado somente nos seis primeiros meses de 2008 já é superior à toda receita turística arrecadada em 2003 (US$ 2,48 bilhões).

Apesar dos bons resultados, a infra-estrutura brasileira ainda é precária e necessita de investimentos para fomentar o turismo, especialmente o turismo regional. A melhoria da infra-estrutura turística com a definição da nova malha aeroviária, da ampliação e modernização dos aeroportos e recuperação e construção de novas rodovias, são os principais pontos para o crescimento do turismo no Brasil. Os transportes são um elemento fundamental de viabilização dos pontos turísticos, corroborando a importância de investimento em novos espaços urbanos, tendo a qualidade da infra-estrutura como fonte estimuladora da atividade turística.

Quanto ao turismo interno, além da infra-estrutura, sinalização turística, melhoria nas estradas, investimentos na rede hoteleira e qualificação profissional e preciso uma parceira entre empresas de transporte aéreo e o governo para que implantação de redução de tarifas tornando-as mais competitivas, o que vem a acarretar de forma ímpar no crescimento do turismo interno. Neste contexto, a Associação Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais (Abetar) aguarda a adoção de algumas medidas do governo para estimular o setor, com o objetivo de tirar o segmento da aviação civil regional do atual estado de estagnação. Além das medidas de incentivo, o setor de aviação civil regional também reivindica a criação de um marco regulatório e a necessidade de mais investimentos na infra-estrutura aeroportuária, através de parceria público-privada (PPP). Vale ressaltar que nos últimos 10 anos, houve uma queda de 32% no número de aeroportos em operação comercial. O fechamento de mais de 40 aeroportos regionais deixaram desamparados mais de 400 municípios.

Desenvolver o turismo nas regiões onde exista oferta e demanda pressupõe prover os municípios de infra-estrutura adequada para a expansão da atividade e melhoria dos produtos e serviços ofertados. Essa é uma condição fundamental para a qualidade dos produtos turísticos e dos serviços prestados pela iniciativa privada. A execução de projetos de interesse e a relevância para a melhoria dos destinos turísticos só serão viabilizadas com investimentos em infra-estrutura de apoio ao turismo e infra-estrutura turística propriamente dita.

Uma pesquisa realizada pela revista EXAME identificou que entre os principais obstáculos ao crescimento e desenvolvimento do turismo nacional está a precariedade da infra-estrutura. Conforme indicado por 22,5% dos empresários entrevistados, a reforma e a ampliação de aeroportos deveriam ser uma prioridade do governo. Já para 21% dos empresários ouvidos, a recuperação da malha rodoviária foi citada como prioridade, já que tem papel fundamental no acesso de turistas de países vizinhos, como os argentinos, por exemplo. Cabe destacar que entre os 20 melhores trechos de rodovias brasileiras, 17 estão sob concessão de empresas privadas, segundo informações da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Além das rodovias, os portos, essenciais para o desenvolvimento do crescente negócio dos cruzeiros marítimos, também necessitam de investimentos. Atualmente, o turismo marítimo representa menos de 4% do turismo internacional no Brasil. Entretanto, na última temporada, este tipo de turismo cresceu cerca de 60% em relação à temporada imediatamente anterior, movimentando R$ 250 milhões e empregando aproximadamente 15.000 pessoas.

De acordo pesquisa da Organização Mundial do Turismo (OMT), que mediu o grau de competitividade de 200 países no setor de turismo, o Brasil está na 49ª posição da pesquisa. Esse resultado foi decorrente da falta de infra-estrutura adequada e da falta de dinamismo do transporte aéreo brasileiro. Portanto, os atrativos naturais e culturais não são suficientes para incentivar o turismo brasileiro. Para a OMT, o fortalecimento da infra-estrutura nos países emergentes poderia estimular, não somente o turismo internacional, mas, também, promover mais fortemente o turismo regional.

 

Fonte : Assessoria de Economia da FNHRBS
Data : 29-08-08
Marcia Tuna - Jornalista FNHRBS
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