Atualmente, o turismo figura como uma das maiores atividades econômicas do mundo, empregando mais de 230 milhões de pessoas e representando cerca de 10% do PIB mundial. De acordo com dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), o crescimento médio do setor nos últimos anos aproximou-se de 7% e somente nos quatro primeiros meses de 2008, as chegadas internacionais de turistas cresceram 5%, em relação ao mesmo período do ano passado, embora haja previsões de desaquecimento no ritmo de crescimento em razão das incertezas acerca da economia mundial.
No Brasil, o setor continua a todo vapor. Os dados divulgados pelo Banco Central corroboram o cenário positivo.
No mês de julho, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil atingiram US$ 468 milhões, nível recorde para o mês. Isso significa um aumento de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando os gastos totalizaram US$ 398 milhões.
No período de janeiro a julho deste ano, a entrada de divisas pelo turismo internacional acumulou US$ 3,37 bilhões, maior valor que o arrecadado durante todo o ano de 2004 (US$ 3,22 bilhões). A receita acumulada no período foi 19% superior que a registrada no mesmo período de 2007 (US$ 2,83 bilhões). Vale destacar que durante todo o ano de 2007, as divisas provenientes do turismo somaram US$ 4,95 bilhões e a Embratur projeta que este ano o turismo seja responsável pela entrada de US$ 5,5 bilhões no País.
Os dados foram comemorados pelos órgãos vinculados ao setor turístico, já que o aumento no fluxo de turistas estrangeiros e a maior entrada de divisas contribuem para a geração de empregos e de renda, além, é claro, de contribuir para a profissionalização das empresas, que precisam se adequar a públicos mais exigentes, demandando maior dinamismo do setor.
Apesar dos dados positivos, o ministro do Turismo, Luiz Barretto, enfatiza que o Ministério do Turismo está trabalhando para que o tempo de permanência dos turistas estrangeiros no Brasil aumente, gerando, conseqüentemente, maiores gastos em solo brasileiro. De acordo com o ministro, os dados refletem o sucesso da ampla promoção do Brasil no cenário internacional desenvolvida pelo Ministério do Turismo e a capacidade de atração de turistas ao País.
Em compensação, os gastos de brasileiros no exterior também têm crescido, e em ritmo mais acelerado que os gastos de estrangeiros no Brasil. Com o dólar mais barato, as viagens internacionais se tornam mais acessíveis aos brasileiros da mesma forma que, para os estrangeiros, viajar para o Brasil está mais caro. Assim, o turismo internacional acaba se tornando uma fonte de saída de dólares.
Os dados divulgados pelo Banco Central apontam que os brasileiros em viagens ao exterior gastaram como nunca no mês de julho. Com o período de férias escolares, a conta do turismo registrou o pior resultado de toda a série histórica, já que as despesas de brasileiros no exterior alcançaram patamar recorde de US$ 1,31 bilhões somente no mês de julho, valor 60% superior ao registrado no mesmo mês de 2007.
Como o gasto dos brasileiros no exterior foi maior que a receita obtida com os estrangeiros em visita ao Brasil, a conta do turismo encerrou o mês das férias com déficit de US$ 838 milhões, o pior desempenho da história. O resultado negativo foi 101,9% superior ao de julho de 2007, o que demonstra uma deterioração da conta de turismo, agravada pelo dólar desvalorizado.
Sem dúvida, o melhor ano do turismo brasileiro, no que se refere ao ingresso de divisas através de gastos de turistas estrangeiros, foi o ano de 2007, quando o turismo internacional injetou US$ 4,95 bilhões na economia brasileira, valor 15% superior aos US$ 4,316 bilhões registrados em 2006. Entretanto, os números preliminares do ano de 2008 divulgados pelo Banco Central apontam que esse recorde pode ser quebrado este ano, em que pese os desafios do câmbio valorizado.
Fonte : Ass. Economia FNHRBS
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