sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Projeto obriga hotéis a oferecer comida para diabético

Projeto obriga hotéis a oferecer comida para diabético


Ag. Câmara de Notícias – 01-10-07


O Projeto de Lei 1471/07, do deputado Gilmar Machado (PT-MG), determina que hotéis e estabelecimentos similares que sirvam refeições ofereçam opção de alimentação adequada para diabéticos. As opções devem abranger refeições, sobremesas e bebidas.

O autor da proposta explicou que a doença, que pode causar inúmeras complicações como cegueira, insuficiência renal e amputações, atinge cerca de 11 milhões de brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. "É razoável supor que grande quantidade de brasileiros que se hospedam em hotéis e estabelecimentos similares sejam diabéticos e, desse modo, necessitem dispor de uma alimentação adequada para não agravar a sua situação de saúde", argumentou Machado.

Fiscalização - O autor também determinou à vigilância sanitária competente que fiscalize o cumprimento da obrigação e submeta o infrator às punições de advertência, multa ou interdição do estabelecimento.

Tramitação - A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.



Projeto cria cardápio para diabéticos


Jornal Diário Popular (RS) – 04-10-07


O Projeto de Lei 1.471/2007 propõe que hotéis e similares sirvam comida específica para diabéticos. A proposta do deputado Gilmar Machado (PT-MG) está em andamento na Câmara dos Deputados e é justificada por dados do Ministério da Saúde. A doença atinge cerca de 11 milhões de brasileiros e pode causar cegueira, insuficiência renal e amputações.

Os hotéis e similares que ofereçam refeições aos seus hóspedes serão obrigados a servir cardápio diferenciado para os diabéticos, incluindo sobremesas e bebidas. Os estabelecimentos que não cumpram a norma serão multados a partir da fiscalização da Vigilância Sanitária conforme proposta aprovada na Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara.

De acordo com o presidente do Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes de Pelotas (RS), Jorge Curi Hallal, a tendência hoje em dia é servir alimentos lights e diets. Porém, fazer um cardápio específico seria difícil. "Não sei se essa lei teria aplicabilidade. Se uma pessoa com diabetes for a um restaurante ela sabe o que pode ingerir ou não. Não conheço nenhum estabelecimento gastronômico específico para essas pessoas."Entretanto, para Hallal, seria viável incluir nos restaurantes as sobremesas sem açúcar e as bebidas diets, facilmente encontradas.
O que pensa o especialista - O médico José Fernando Quadros de Leon concorda que fazer pratos diferenciados para atender às exigências da ingestão de alimentos por um diabético seria uma medida complicada. "A alimentação varia de um diabético para o outro. Depende do tipo da doença e se a pessoa faz atividades físicas ou não. Um sedentário receberá outro tratamento. Não tem como um restaurante estabelecer o cardápio", adianta. Segundo o médico, o próprio diabético deve ter a consciência do que pode ou não ingerir, assumindo a responsabilidade pela doença em qualquer situação. Pode-se facilmente adequar as calorias pedindo porções menores. O diabético com orientação nutricional correta possui tamanhos de porções adequadas às suas necessidades. As pessoas hipertensas é que teriam maiores problemas. Seria difícil controlar o sal sem saber o quanto foi posto na comida durante seu preparo. O diabético, para ter uma vida saudável, precisa cuidar da alimentação, comendo moderadamente sem abusar de carboidratos e açúcares, praticar atividades físicas e utilizar as injeções de insulina.

Sobre a doença - A doença que atinge parte significativa da população brasileira possui algumas variações. As mais conhecidas são o Diabetes Tipo 1 e o Tipo 2. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Tipo 1 é caracterizado pela destruição das células beta produtoras de insulina. Os diabéticos precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Com o passar do tempo, as altas taxas de glicose acumulada no sangue podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração. O outro tipo tem uma maior relação com a questão hereditária, obesidade e sedentarismo. A SBD estima que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos

Sintomas - Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar: muita sede, vontade de urinar diversas vezes, perda de peso, fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas na pele ou mucosas, machucados que demoram a cicatrizar, fadiga (cansaço inexplicável) e dores nas pernas por causa da má circulação. Em alguns casos não há sintomas (maior incidência no diabetes tipo 2).

Alimentação e mitos - Os alimentos podem aparecer como benéficos ou vilões a cada pesquisa científica divulgada. Com relação ao café, alguns estudos apontam benefícios em relação ao diabetes, doença de Parkinson e Alzheimer. Mas grandes quantidades do produto podem causar irritabilidade, complicar queixas de dor no estômago ou azia e influenciar negativamente na pressão arterial.

Para ajudar na ingestão de alimentos existem diversas linhas com produtos diets e lights. A diferença entre eles é que o light tem menos gordura e alguns podem ter açúcar ou não. Os diets não possuem adição de açúcar, porém, segundo a farmacêutica de um estabelecimento especializado em produtos para diabéticos, Camila Munsberg Carneiro, muitos possuem alto valor calórico, pois são colocados mais carboidratos para dar consistência ao produto. Nessa questão ela ressalta que mesmo que o produto ingerido seja dessas categorias é preciso consumir com moderação. "O ideal é ingerir com poucas calorias e açúcar. O diabético não pode pensar que por ser um alimento diet ele poderá ingerir à vontade. Nosso corpo sempre produzirá açúcar, mas quando ele é ingerido cai mais rápido em nossa corrente sangüínea. As frutas e proteínas têm um processo mais lento", disse.

Um mito bastante difundido é o de que frutas como banana, caqui, manga e uva são contra-indicadas para quem tem diabetes. A nutricionista do Departamento de Nutrição da SBD, Anelena Soccal, informou que na verdade esses exemplares são fontes importantes de nutrientes (potássio, vitamina A) e não precisam ser restritos, mas consumidos em quantidades adequadas.

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